Primeiro técnico que deu chance a Pelé na seleção brasileira revelou pressões de dirigentes para não convocar o jogador

Em entrevista à Jovem Pan nos anos 70, Sylvio Pirillo, do Fluminense, contou casos pouco conhecidas

  • Por Thiago Uberreich
  • 21/10/2024 09h00
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DOMICIO PINHEIRO/ESTADÃO CONTEÚDO - 01/01/1960 Pelé Pelé posa antes de jogo da Seleção Brasileira com uma "auréola" formada pela tuba de um dos componentes da banda que toca o Hino Nacional

Dando sequência às histórias do Rei Pelé, hoje é um daqueles dias em que temos orgulho ainda maior de dividir momentos raríssimos do rádio com os internautas. Em primeiro de outubro de 1977, o camisa 10 pendurou as chuteiras ao se despedir do Cosmos, de Nova York, em um amistoso contra o Santos, nos Estados Unidos. O time da Vila venceu por 2 a 1 e Pelé marcou o gol da equipe americana em uma brilhante cobrança de falta. 

Revirando os arquivos da Jovem Pan encontrei uma gravação do Jornal da Manhã, da época, sobre a partida. São vozes inesquecíveis: dos locutores Franco Neto e Antônio Del Fiol e a do jornalista Ney Gonçalves Dias, na apresentação. É possível ouvir ainda uma declaração de Waldemar de Brito, ex-jogador, que disputou a Copa de 1934, e que foi o responsável por levar Pelé de Bauru, no interior de São Paulo, para o Santos Futebol Clube.  

As raridades não param por aí. Ainda no acervo da Pan, eu encontrei um arquivo raríssimo, também dos anos 70, que traz uma entrevista com o técnico Sylvio Pirillo. Em 1957, a seleção brasileira não tinha um treinador fixo, e Pirillo, que era do Fluminense, foi o escolhido pela CBD, atual CBF, para comandar os jogadores nas duas partidas da Copa Roca, contra a Argentina. No Maracanã, em sete de julho de 1957, Pelé entrou durante o duelo e marcou o gol na derrota por 2 a 1, primeiro dele com a camisa amarela. A equipe nacional jogou assim: Castilho; Paulinho de Almeida, Bellini  e Oreco; Zito e Jadyr; Maurinho, Mazzola (Moacyr), Del Vecchio (Pelé), Luizinho e Tite. No outro jogo, no Pacaembu, em 10 de julho, o Brasil venceu por 2 a 0, gols de Pelé e Mazzola, e ficou com o título do torneio. 

O técnico Sylvio Pirillo bancou Pelé e, em entrevista ao saudoso Roberto Avallone, revelou que sofreu muita pressão para que não levasse o garoto de apenas dezesseis anos. Os áudios estão no arquivo abaixo: são duas preciosidades. 

Pelé na seleção brasileira pela primeira vez e a despedida do futebol em 1977

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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