Seu Tuta torcia pelo Santos, ao contrário do pai, que tinha profundas ligações com o São Paulo

Em depoimento para o livro ‘Ninguém Faz Sucesso Sozinho’, Antonio Augusto Amaral de Carvalho explicou por que virou a casaca 

  • Por Thiago Uberreich
  • 06/11/2024 07h00
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Acervo/Grupo Jovem Pan Antônio Augusto Amaral de Carvalho, o seu Tuta, em estúdio da Jovem Pan em São Paulo Antonio Augusto Amaral de Carvalho, o Seu Tuta, em estúdio da Jovem Pan em São Paulo

Tive a honra de trabalhar na redação da Jovem Pan ainda sob o comando do Seu Tuta, que morreu na última segunda-feira, aos 93 anos. Entrei na emissora em 2005, e ele permaneceu na direção do grupo até 2012, quando se afastou por problemas de saúde. Antonio Augusto Amaral de Carvalho fez parte dos grandes momentos da história do rádio e da televisão. Na TV Record, integrou a célebre Equipe A, ao lado de Nilton Travesso, Raul Duarte e Manoel Carlos. Depois, já no fim dos anos sessenta e começo dos setenta, transformou a Jovem Pan na potência que é hoje. 

Como essa coluna é sobre memória do futebol, quero aproveitar o espaço para lembrar que nos primórdios da televisão os profissionais aprendiam na marra, eram aguerridos e apelavam para o improviso. Um dos desafios era conseguir fazer uma transmissão de um jogo de São Paulo para o Rio de Janeiro e vice-versa. Antonio Augusto Amaral de Carvalho conta que telas de galinheiro passaram a ser utilizadas para rebater o sinal de microondas e assim fazer com que a imagem, ao vivo, chegasse aos telespectadores. 

O Seu Tuta era o filho mais novo de Paulo Machado de Carvalho que, além de empresário de comunicação, marcou época como dirigente do São Paulo Futebol Clube. O “Marechal da Vitória”, como ficou conhecido, foi chefe das delegações brasileiras nas conquistas das Copas de 1958 e 1962. O mais natural seria que Tuta fosse um fanático torcedor tricolor. Mas, revirando os arquivos da Jovem Pan, encontrei os áudios que ele gravou para o livro “Ninguém Faz Sucesso Sozinho”, lançado em 2009. Antonio Augusto Amaral de Carvalho conta que um incidente envolvendo o São Paulo, no fim dos anos quarenta, fez com que pegasse birra do clube e, então, resolveu torcer para o Santos. Ouça essa história em um depoimento marcante daquele que marcou época no rádio e na televisão.  

Seu Tuta era torcedor do Santos, ao contrário do pai são-paulino

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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