Vera: Com decisão do STF, Fabrício Queiroz volta à cena
Ao permitir, por 9 votos a 2, o compartilhamento de dados da Receita Federal e da Unidade de Inteligência Financeira (UIF) — o antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) – com o Ministério Público (MP), o Supremo Tribunal Federal (STF) evitou um retrocesso muito grande para o país e registrou um ganho para o sistema de combate e prevenção de crimes financeiros.
Em junho, o presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, atendeu a um pedido da defesa do senador Flávio Bolsonaro e sustou mais de 900 investigações em curso em todo o Brasil, por entender que era necessária uma autorização prévia judicial antes da troca de dados entre órgãos de controle e o MP. Agora, com a derrota desse entendimento – inclusive pelo voto do próprio Toffoli, que discursou de maneira defensiva e confusa, além de contrário à sua decisão anterior – Flávio e seu ex-assessor, Fabrício Queiroz, voltam à cena.
Queiroz – e não só ele, como todos os assessores da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) cuja movimentação atípica chamou a atenção do Coaf – volta a ser investigado. Ele foi amigo, a vida inteira, da família Bolsonaro, e manejava os salários da equipe do gabinete de Flávio – e também emprestava dinheiro para a primeira dama, Michelle Bolsonaro, e fazia saques em espécie a favor de Flávio, além de recolher dinheiro do gabinete para a campanha do senador.
Agora, os inquéritos sobre seu caso poderão voltar a ser manejados pelo MP e pela polícia, e Queiroz precisará depor – do que vem se esquivando desde o início do caso. Agora, a investigação do porque essa movimentação era tão atípica em relação aos seus vencimentos e tão misturada com a família Bolsonaro perde a blindagem.
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