Interferência de Bolsonaro na PF pode ter ligação com tentativa de golpe, diz diretor-geral

Em entrevista exclusiva à Jovem Pan, Andrei Rodrigues destaca que os dois inquéritos serão tocados em conjunto; questionado sobre projeto de anistia, disse esperar que condenados sejam punidos

  • Por Victoria Abel
  • 20/10/2025 17h54 - Atualizado em 20/10/2025 18h21
  • BlueSky
José Cruz/Agência Brasil O diretor geral da PF, Andrei Rodrigues, durante entrevista para falar sobre os casos de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol O diretor geral da PF, Andrei Rodrigues

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou à Jovem Pan que existe uma ligação entre o inquérito reaberto contra Jair Bolsonaro por interferência na PF e a investigação em que ele foi condenado por tentativa de golpe de Estado. Andrei explicou que a abertura que a reabertura da investigação se deve porque foram encontradas foram encontrados novos indícios de que as constantes mudanças feitas por Bolsonaro na PF podem ter impactado no 8 de janeiro de 2023.

“Uma possível relação entre a interferência na instituição e as investigações sobre golpe de Estado. Houve um processo longo de investigação, conduzido a partir de 8 de janeiro, que voltou no tempo e, na análise feita pelo Ministério Público, esses fatos se conectaram com a possível interferência na PF, como trocas constantes de diretores”, disse.

cta_logo_jp
Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp!

O inquérito que acusava que acusa Jair Bolsonaro de interferência na PF teve início em 2020, depois que o ex-ministro da Justiça e senador, Sergio Moro, acusou Bolsonaro de fazer ingerências na instituição, a favor de seus familiares. Em 2022, a Polícia Federal concluiu que não houve crime, e o então procurador-geral da República, Augusto Aras, arquivou o processo.

Anistia
Questionado sobre a possibilidade de avanço do projeto da anistia aos presos e condenados por tentativa de golpe de Estado, o diretor da Polícia Federal destacou que as investigações em torno do tema foram robustas e disse esperar que os envolvidos sejam punidos.
“Jamais me intrometeria em temas do parlamento. O que eu posso dizer é que fizemos um trabalho robusto e juristas disseram que não há cabimento de anistia. Eu espero que as pessoas respondam pelos crimes que cometeram”, afirmou.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.