Como confiar em um presidente que dispara tuítes a esmo?

  • Por Caio Blinder/Jovem Pan Nova Iorque
  • 27/03/2017 07h29
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ASW01 WASHINGTON (ESTADOS UNIDOS), 24/03/2017.- El presidente estadounidense, Donald J. Trump, durante una reunión del Consejo Económico Nacional en el despacho oval de la Casa Blanca en Washington, Estados Unidos, hoy, 24 de marzo de 2017. EFE/Olivier Douliery / POOL EFE/Olivier Douliery / POOL Donald Trump EFE

Kim Jong-un dispara mísseis. Donald Trump, tuítes. O ditador norte-coreano espera um dia acertar no alvo; o presidente americano tecla a esmo. Nas devidas proporções, os dois metem medo com suas armas.

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Como confiar no homem mais poderoso do mundo com sua propensão para mentir e inventar? Qual será a sua credibilidade quando ele tuitar sobre uma crise séria e urgente? A inquietação está em todas as partes e uma boa medida da apreensão inclusive no editorial da semana passada do Wall Street Journal, um jornal relativamente tolerante com as travessuras de Trump.

O editorial começa assim: “Se o presidente Trump anunciar que a Coreia do Norte lançou um míssil que pousou a 100 milhas do Havaí, será que a maioria dos americanos vai acreditar nele? E o resto do mundo?”.

A resposta do jornal é cândida: “Não estamos seguros, o que ilustra o dano que Mr. Trump está fazendo à sua presidência com seu aparentemente incessante fluxo de exageros, acusações sem evidências, negativas implausíveis e outras falsidades”.

O pretexto do editorial é a insistência de Trump para acusar o ex-presidente Barack Obama de ter ordenado o grampeamento da Trump Tower na campanha eleitoral, mesmo após ele ter sido refutado pelo próprio diretor do FBI em sabatina na Câmara dos Deputados. A própria Fox News se distanciou do presidente desta vez quando ele citou um comentarista da rede de TV, que foi suspenso do ar. Foi demais até para a Fox.

Para quem ainda não sabe, Trump constrangeu o governo britânico, pois ele envolveu a espionagem do tradicional aliado dos EUA (e não do governo de plantão) no seu delírio conspiratório.

Como diz o Wall Street Journal, o comportamento de Trump faz parte de um padrão e ele é seu “pior inimigo político”. O final do editorial é pesado: “Caso ele não mostre mais respeito pela verdade, a maioria dos americanos pode concluir que ele é um ‘fake president”. Quando ao míssil norte-coreano, de fato, um dia, poderá ser verdadeiro.

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