A comunicação não pode ser regulada pelo Estado

  • Por Jovem Pan
  • 23/06/2015 10h49
Reprodução Lula criticou projeto de lei que altera terceirizações em propaganda do partido a ir ao ar nesta noite

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar a imprensa, desta vez, durante um seminário do PT em São Paulo. Lula disse, por exemplo, que a imprensa é a oposição do Brasil e defendeu, mais uma vez, a regulação da mídia, que, segundo o petista, seria controlada por apenas nove famílias.

Lula não esconde mais de ninguém. Para ele, imprensa boa é imprensa calada. Ou dominada, nos moldes da Venezuela e Cuba, onde os veículos de comunicação são controlados pelo Estado.

Ditadores sempre tiveram problemas em aceitar o contraditório. Avessos a críticas, eles pregam que só pode haver uma voz, uma verdade: a oficial. E onde não há democracia, tudo o que destoa do discurso do governo é tachado de reacionário, golpista, facista… e, óbvio, precisa ser atacado, perseguido, amordaçado.

No Brasil de hoje, a censura não é oficial, a perseguição não é explícita, mas elas existem, sim! Delas são vítimas os jornalistas independentes, que não recebem favores nem mesadas de partidos ou de governos, aqueles que não se prostituem, não vendem sua consciência, sua caneta ou sua voz por preço ou pressão.

Apesar dos ataques virtuais, dos robôs programados para difamar, dos blogs sujos e do fogo amigo das prostitutas da profissão, centenas de jornalistas continuam a fazer o que todo governo autoritário detesta: informar a verdade, doa a quem doer. É que a verdade tem sede de verbo. E o jornalismo tem sede da verdade.

De jeito nenhum! A comunicação não pode ser regulada pelo Estado. Pois a mídia independente é pressuposto de qualquer democracia.

Lançado, defendido e requentado pelo PT de Lula, o controle da mídia deve ser sempre combatido, e não só pelos jornalistas, mas por toda a sociedade.

Num país livre, quem define o que é bom ou mau na comunicação não é o governo, é a audiência. Se o jornal não tem credibilidade, basta não ler. Se a emissora não agrada, troca-se a estação. Se o canal não convence, o telespectador pode zapear. O único controle que a democracia admite é o controle remoto

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