Novo tratamento contra o câncer gera esperança, mas é caro e só tem nos EUA
Um novo tratamento nos EUA, que reprograma geneticamente células da pessoa para combater o câncer, gera esperança.
O tratamento inovador foi estudado com crianças com leucemia linfoblástica, um tipo raro. O estudo se deu com 63 pacientes que já haviam falhado em outros tratamentos.
O oncologista Fernando Maluf explica que o experimento “induziu resposta completa e duradoura em 80% dos pacientes, números inexistentes no passado”.
O kymriah (tisagenlecleucel) já foi aprovado pela FDA, a agência americana que regula medicamentos. Maluf avalia o mesmo tipo de tratamento poderá ser usado “não só nas leucemias infantis, mas em outras leucemias, linfomas, e também em tumores sólidos, como câncer de colo de útero, intestino, mama ou próstata”.
“O princípio de artificialmente colocar receptores nas células do organismo e atacar especificamente o tumor é pertinente a outros tumores”, explica.
Ele ressalva, no entanto, que esse “não é um trabalho de um mês a dois meses”. “Há um entusiasmo grande, mas contido em termos de rapidez”, pondera. Nada será mudado na rotina de quem trata o câncer para o dia de amanhã.
“Imunoterapias estão sendo estudadas para ser a forma mais importante de tratamento do câncer”, prevê.
No Brasil
Fernando Maluf explica que, para o tratamento aprovado nos EUA chegar ao Brasil, há todo um procedimento burocrático que pode levar de dois a quatro anos.
Por enquanto, usar o kymriah só será possível fora do país.
Pacientes que enfrentam o câncer podem também tentar se inscrever em protocolos de pesquisa. Ou, se for “abastadíssimo”, fazer o tratamento no exterior.
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