Continuísmo de Kirchner não é a melhor ideia para vencer eleição na Argentina

  • Por Jovem Pan
  • 27/10/2015 16h25
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Daniel Scioli e Mauricio Macri discursam neste domingo; oposicionista seria melhor para o empresariado brasileiro e Mercosul Montagem - EFE/ David Fernández e Juan Ignacio Roncoroni Daniel Scioli e Mauricio Macri discursam neste domingo; oposicionista seria melhor para o empresariado brasileiro e Mercosul

Ao longo da segunda-feira, as manchetes argentinas e mundiais falavam de choque e surpresa no primeiro turno das eleções presidenciais.

Pesquisas até projetavam o cenário de Daniel Scioli, candidato da presidente Cristina Kirchner triunfar sem a necessidade de um segundo turno. Ele terminou no sufoco em primeiro lugar. E Scioli, governador da província de Buenos Aires e podemos dizer o candidato de uma difusa esquerda peronista, vai enfrentar Mauricio Macri, o prefeito de centro-direita da cidade de Buenos Aires em 22 de novembro. O fiel da balança será o peronista dissidente Sergio Massa, que terminou em terceiro lugar no domingo. Para Macri, foi derrota com sabor de vitória.

Afinal, o que aconteceu? A chamada proposta de Scioli de continuísmo com mudança não foi tão convincente assim. Soou mais como continuísmo do que de mudança.

Scioli se saíra melhor nas primárias presidenciais de agosto. No entanto, agora em outubro seu percentual de votos baixou. Mais argentinos decidiram votar no domingo e decidiram dar uma bronca em Cristina Kirchner e no seu eleito para sucedê-la. Scioli acena com ajustes na política econômica de Cristina de benesses irresponsáveis para a população que fazem lembrar o nosso lulopetismo.

No entanto, existem sentimentos como descrédito, desilusão e desconfiança do que representa o kirchenismo, lembrando que Cristina é viúva do ex-presidente Nestor Kirchner.

O recado do eleitor é para dar um basta. O peronismo é um camaleão, pode ser de esquerda, de direita, qualquer coisa. Com Cristina Kirchner foi de uma esquerda muito demagógica, corrupta e de sufocamento da democracia. Além do desempenho acima das expectativas de Mauricio Macri, que se deslocou da direita mais para o centro, de olho no difuso eleitorado beneficiado por programas sociais, outra supresa é o fracasso do peronismo em eleições para governador, como na província de Buenos Aires, casa de 37% do eleitorado argentino, onde triunfou Maria Eugenia Vidal, aliada de Mauricio Macri.

Pesquisas mostram que insatisfação com o crime, a economia e a corrupção são três das principais preocupações da sociedade argentina. Serão importantes cabos eleitorais de Mauricio Macri nas próximas quatro semanas, ate a eleição de 22 de novembro. Agora, ele é o favorito. Será pitoresco ver como Daniel Scioli irá se distanciar da presidente Cristina Kirchner para ter chance de vitória.

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