Contrato de avião em que voava Eduardo Campos “não vale nada”; entenda

  • Por Jovem Pan
  • 01/09/2014 11h39
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Reinaldo, então, o contrato de venda do jatinho em que voava Eduardo Campos vale o mesmo que papel de pão?

É isso mesmo. Quer dizer, não vale nada. Mas o vice de Marina Silva, Beto Albuquerque, continua a dizer que não é problema do PSB. A reportagem da Folhateve acesso ao contrato ― ou algo assim ― de venda do avião, que pertencia à AF Andrade, para um comprador. Que comprador? Não dá para saber! O nome é ilegível. Reproduzo um trecho:

“A proposta que selou a compra, por US$ 8,5 milhões (R$ 19 milhões), do jato que caiu com o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) não cita nome nem informações sobre quem adquiriu a aeronave e não foi registrada em cartório. O documento, obtido pela Folha, traz só uma assinatura ao lado do local e data da proposta de compra (Recife, 15 de maio de 2014), o que é inusual para um negócio de quase R$ 20 milhões. O empresário pernambucano que foi apresentado pelo antigo dono do jato como o comprador, João Lyra de Mello Filho, recebeu da reportagem uma cópia do documento, mas não quis comentar se a assinatura na proposta era dele. João Lyra é dono de uma financeira em Recife, já foi multado por lavagem de dinheiro e não tem capacidade financeira de assumir uma dívida de US$ 8,5 milhões, segundo a Cessna, fabricante do avião.”

É impressionante que os dirigentes do PSB procurem fazer cara de paisagem diante de um troço como esse. Caso Marina Silva seja eleita, é claro que seu mandato já começa com um escândalo no armário ― evidência escancarada da “velha política”.

Não se trata de jogar a responsabilidade do avião nas suas costas. A questão não é pessoal. Caso se eleja, ela chega ao poder com um grupo de pessoas, com quem vai dividir a gestão ― ou ela vai se declarar independente do PSB também? De resto, quando Marina foi bater à porta de Eduardo Campos, foi em busca também de sua estrutura, não é? Se ela apenas quisesse participar do pleito, poderia ter escolhido uma das várias pequenas legendas que lhe ofereceram abrigo temporário.

Qualquer político estaria obrigado a explicar esse imbróglio. No caso de Marina, esse peso é ligeiramente maior porque ela aponta o dedo contra todo o processo político e o chama de “velho” e viciado. E aquele em que ela se ancora hoje? É o quê?

 

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