A corajosa opinião de Rodrigo Maia
Há dias improváveis, ouvinte. Dias, por exemplo, em que não apenas você concorda com Rodrigo Maia como mesmo o aplaude. Dias em que ele age como presidente da Câmara, e não como despachante do Executivo, e então sai em defesa de uma agenda parlamentar. Dias em que Maia classifica a proposta de reforma trabalhista de Michel Temer como tímida e se compromete – engajando o Legislativo – a trabalhar para aprofundá-la, para que avance sobre as excrecências de uma legislação obsoleta inspirada na Carta del Lavoro do fascista Mussolini.
Dias improváveis, ouvinte; dias em que Rodrigo Maia, que já teria brilhado se parasse por aí, decide ir além, resolve ir adiante, para apresentar sua opinião – corajosa, diga-se – sobre a Justiça do Trabalho, cuja atuação intervencionista somente atrapalha a relação entre patrão e empregado. Dias em que nos vemos obrigados a dizer que é simplesmente espetacular que um homem público brasileiro tenha colhões para dizer, contra a patrulha, que a Justiça do Trabalho não deveria existir.
Rodrigo Maia, o bravo. Que dias vivemos!
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