Corrida pela Casa Branca começa pra valer

  • Por Caio Blinder
  • 05/09/2016 09h39
Michael Vadon / Wikimédia Communs  e Hillary Clinton.com Donald Trump e Hillary Clinton

 Segunda-feira, feriadão, Labor Day, dia do trabalho para os americanos, fim não oficial das férias de verão e também, na tradição, o começo para valer da corrida eleitoral.

Mas 2016 não tem nada de tradicional, de convencional, com a presença de Donald Trump na corrida. Está mais para uma maratona que começou há uma eternidade.

E até a votação, em 8 de novembro, teremos uma eternidade e enésimas surpresas. E qual é o estado da corrida? Hillary Clinton deu um salto vigoroso depois da convenção democrata no final de julho. Algumas pesquisas chegaram a conferir vantagem de dois dígitos à Hillary sobre o republicano Trump.

Como era de esperar, esta vantagem generosa encolheu, comprovando bem menos a força de Trump e mais as vulnerabilidades de Hillary. Em meio às barbaridades do candidato republicano e suas ideias confusas e ultrajantes, Hillary cometeu a proeza de aumentar sua taxa de desaprovação.

Os americanos não confiam na ex-primeira-dama e ela se desgasta com controvérsias que andam juntas: o uso de e mail privado quando era secretária de Estado e a promiscuidade das atividades da Fundação Clinton com os interesses de estado.

O resultado do desgaste está aí: nas pesquisas, estreitou a vantagem da democrata sobre Trump, não apenas as nacionais, mas nas que importam no jogo eleitoral, as envolvendo os estados que realmente vão decidir a parada.

Uma certa volatilidade é normal e nunca podemos esquecer o grau de polarização na sociedade americana. Uma boa medida desta polarização é o vigor de um candidato como Trump, que, pela lógica, talvez tivesse chance de vencer eleição de síndico em alguma Trump Tower.  No entanto, para muita gente, ele simplesmente não é Hillary (e vice-versa).

No final das contas, a lógica deve imperar, pois Trump é um atentado aos valores americanos, assim como à segurança nacional e global. Eu mantenho uma projeção de vitória de Hillary, mas nada de dois dígitos.

Eu sigo com respeito o trabalho do cientista político Larry Sabato, um guru eleitoral com seu site Crystal Ball. E o que diz a bola de cristal do Sabato?

Vitória de Hillary de 4 a 7 pontos no voto popular, boa chance dos democratas retomarem o controle do Senado e com uma possibilidade muito, mas muito remota, de conquistarem a Câmara dos Deputados.

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