Crime organizado está dentro da estrutura de Estado e autoridades fecham os olhos
Guerra de facções: briga em cadeia de Manaus deixa 56 mortos, o maior massacre em um presídio desde o Carandiru.
Após o confronto entre membros do PCC e da Família do Norte, mais de 140 detentos estão foragidos, e 130 foram transferidos para outra prisão.
A Polícia Federal, em 2015, já apontava riscos de confrontos entre a Família do Norte e o PCC, em Manaus.
Dados obtidos pela Operação La Muralla indicava planos de extermínio contra membros da facção paulista.
Marco Antonio Villa comenta: a questão é muito clara. O crime organizado cada vez mais forte no Brasil. Além de dominar boa parte dos presídios, ele tem representantes nas câmaras de vereadores , nas prefeituras, nas assembleias estaduais, como secretários de governos estaduais, portanto nos executivos estaduais, no Congresso Nacional e a gente não sabe mais onde. A situação é grave: há acusações que envolvem juízes e o crime organizado.
A situação é incontrolável. O que aconteceu em Manaus é intolerável. Seria, de acordo com a Constituição, caso de intervenção federal. Mas ninguém está nem aí para a Constituição, tratada como trapo no Brasil.
O crime organizado está presente na estrutura de Estado e as autoridades fecham os olhos. Todo mundo sabe onde está o crime organizado em São Paulo: em escolas de samba, clubes de futebol, presídios, prefeituras, na Assembleia Estadual, nas câmaras municipais, há bancada de advogados que servem o crime organizado e as autoridades nada fazem porque têm medo, são coniventes, ou querem empurrar com a barriga.
A República está destruída. Esse acontecimento de Manaus é simplesmente mais um momento na tragédia da República brasileira.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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