Criou-se uma esdrúxula figura na República: o senador pela metade
Tudo já foi dito sobre essa esdrúxula decisão do Supremo, especialmente na lúcida e serena entrevista do ministro Marco Aurélio Mello ao Jornal da Manhã. Não precisava ter sido criada a figura do meio-senador.
A ADPF vai voltar a ser debatida. O Supremo poderia simplesmente ter decidido a questão se é cabível ou não a liminar. Se há o periculum in mora (perigo da demora).
Os ministros do Supremo deveriam se debruçar sobre a humilhação ao oficial de justiça. O STF claudicou bastante. A postura do Supremo diminui a corte.
Curiosamente há notícias de que foi uma decisão negociada.
Nesse sentido o ministro Marco Aurélio foi taxativo: o ministro deve ser livre.
Invertendo-se a ordem, Celso de Mello criou essa nova figura do “meio-senador”, com o cargo de presidente do Congresso, mas sem todas as prerrogativas.
No livro de memórias de Saulo Ramos, há uma passagem curiosíssima sobre Celso de Mello. Saulo diz que a única crítica que se fazia era de que ele era muito jovem. E imaginou que o tempo curaria a juventude. Não curou.
Não sei se no ato de ontem Saulo Ramos falaria algo parecido.
O fato é que criou-se uma figura esdrúxula na República do senador pela metade.
“Processo para mim não tem capa. Processo só tem conteúdo”, disse também Marco Aurélio na entrevista.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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