Criou-se uma esdrúxula figura na República: o senador pela metade

  • Por Jovem Pan
  • 08/12/2016 11h19
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Dorivan Marinho/SCO/STF Decano está afastado desde agosto para tratar de questões médicas

Tudo já foi dito sobre essa esdrúxula decisão do Supremo, especialmente na lúcida e serena entrevista do ministro Marco Aurélio Mello ao Jornal da Manhã. Não precisava ter sido criada a figura do meio-senador.

A ADPF vai voltar a ser debatida. O Supremo poderia simplesmente ter decidido a questão se é cabível ou não a liminar. Se há o periculum in mora (perigo da demora).

Os ministros do Supremo deveriam se debruçar sobre a humilhação ao oficial de justiça. O STF claudicou bastante. A postura do Supremo diminui a corte.

Curiosamente há notícias de que foi uma decisão negociada.

Nesse sentido o ministro Marco Aurélio foi taxativo: o ministro deve ser livre.

Invertendo-se a ordem, Celso de Mello criou essa nova figura do “meio-senador”, com o cargo de presidente do Congresso, mas sem todas as prerrogativas.

No livro de memórias de Saulo Ramos, há uma passagem curiosíssima sobre Celso de Mello. Saulo diz que a única crítica que se fazia era de que ele era muito jovem. E imaginou que o tempo curaria a juventude. Não curou. 

Não sei se no ato de ontem Saulo Ramos falaria algo parecido. 

O fato é que criou-se uma figura esdrúxula na República do senador pela metade.

“Processo para mim não tem capa. Processo só tem conteúdo”, disse também Marco Aurélio na entrevista.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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