Crise dos mísseis em câmera lenta acelera na Coreia do Norte

  • Por Jovem Pan
  • 18/04/2017 11h27
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Montagem - EFE e Divulgação Donald Trump e Kim Jong-un

Analogias históricas são imprecisas, mas quando são feitas com a emblemática crise dos mísseis de 1962 devemos ficar alarmistas, especialmente quando desenhadas por dois tarimbados e comedidos repórteres do New York Times, David Sanger e William Broad, para analisar a ebulição da crise norte-coreana.

Em 1962, John Kennedy lidou com Nikita Kruschev e Fidel Castro ao longo de 13 dramáticos dias, quando os americanos descobriram o projeto de instalação de mísseis soviéticos em Cuba. As negociações bem-sucedidas impediram um eventual pesadelo nuclear e durante aqueles dias aflitos havia o risco de um erro de cálculo.

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A crise norte-coreana se arrasta por um período bem mais longo (décadas), mas em comum com 1962 envolve ambições nacionais, egos pessoais e o cenário de erros de cálculo. Não é à toa que o especialista Robert Litwak define o drama em curso como uma “crise cubana dos mísseis em câmara lenta”.

O problema é que a crise se acelera, com os sinais do governo Trump de que os EUA não vão mais tolerar os avanços graduais de Kim Jong-un para atingir suas metas nucleares de miniaturizar a bomba, colocando-a num míssil, e desenvolver uma de hidrogênio.

A palavra-de-ordem da equipe Trump é: acabou a paciência estratégica. E qual exatamente é a nova estratégia? Aqui está a ironia: um pouco mais do mesmo com Trump, em termos militares, atuando de forma cautelosa (amanhã sempre será outro dia).

Os debates internos na Casa Branca chegaram à conclusão previsível de que mais agressividade americana vai desembocar num choque frontal. Assim, a saída foi pressionar a China para que pressione mais seu irriquieto aliado, embora sua capacidade de influência seja limitada, assim como o desejo de botar para quebrar.

A cautela, porém, convive com a volatilidade, pois Trump e Kim Jong-un são voláteis e por esta razão o cenário mais flagrante de possível erro de cálculo.

São tempos de impaciência estratégica.

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