Crivella, por favor não cuide de mim
Marcelo Crivella assumiu a Prefeitura do Rio de Janeiro com cautela. Mas então cantou.
Crivella precisa entender que, ou ele canta, ou é cauteloso.
Vou recomeçar: Marcelo Crivella assumiu a Prefeitura do Rio de Janeiro encampando o discurso da austeridade: “é proibido gastar”, disse. Ele quis dizer, porém, que é proibido gastar mais do que se arrecada, o tipo de frase que não deveria ou não precisaria jamais ser dita por um administrador público, porque afinal se trata do be-a-bá da administração pública.
Só que estamos no Brasil e aqui há uma lei de responsabilidade fiscal apenas para que nos lembremos de que é desrespeitada por regra.
Ou talvez Marcelo Crivella tenha querido provocar o ex-governador em atividade Pezão, presente à sua posse. Essa, aliás, é a possibilidade mais saborosa.
Crivella também falou que não foi o candidato das promessas e que não será o prefeito das ilusões. Por isso só pude receber como ameaça a afirmação de que cuidará do povo com determinação.
Não quero que cuidem de mim nem com preguiça. O que dizer de que um prefeito, um governante, o faça, e com determinação. Pelo amor de Deus, não.
Aliás, Crivella falou muito em Deus. Acho bom. A cada vez que ele fala “Deus”, penso, é uma a menos para falar Edir Macedo.
Homem de fé, tento ser otimista. Como sei, contido, que Macedo tem “quereres”, que seja o que Deus quiser. Ou melhor: seja o que Deus quiser.
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