Crônica de uma saída anunciada

Pergunta: Você diria que a renúncia de Graça Foster e mais 5 diretores da Petrobras seria uma crônica da saída anunciada?

Resposta: Ultimamente a oposição tem feito muito blá blá blá, mas eu concordo em gênero, número e grau com o que disse Aécio Neves pouco antes de se saber da notícia de que Dilma tinha resolvido afastar Graça Foster da presidência da Petrobrás.

Ele disse que a Graça Foster não precisa de inimigos tendo uma amiga como Dilma. Por que, realmente, a permanência de Graça Foster muito além do que seria lógico, fez muito mais mal a ela do que a sua retirada prévia.

A ela, a Petrobrás e ao Brasil. À Dilma não. A Dilma precisava da Graça Foster para lhe servir de biombo para evitar que a lama tirada do fundo do poço do Petrolão a atingisse, sujasse seu terninho amarelo, deixasse que nós não percebessemos como ela anda magra e coisas do gênero.

Agora a Dilma não teve mais o que fazer. A Graça Foster já comunicou através da Petrobrás, os mercados de capitais no Brasil, a sua renúncia e a renúncia de cinco ou seis diretores da Petrobrás, embora a Petrobrás tenha preverido, num comunicado, não citá-los. A verdade é que ela já sai tarde.

A passagem dela pela Petrobrás foi uma passagem desastrosa. Do ponto de vista da probidade, da imagem de honestidade da empresa, apesar dos pesares, apesar da história da morte do Paulo Francis por causa de um processo movido por Joel Rennó na justiça americana, denúncias que ele fazia de corrupção na Petrobrás, a Petrobrás era uma empresa, de certa forma, isenta de denúncia de corrupção, ao contrário do que dizem os Gabrielli da vida e o pessoal do PT pra tentar justificar a roubalheira nos governos Lula e no primero governo Dilma.

A Petrobrás, durante esses 12 anos, foi uma empresa que praticamente produziu muito dinheiro para os três partidos da base governista: o PT, o PP e o PMDB; muito roubo e também uma gestão abaixo da média, que contraria tudo. Uma gestão desastrosa, que contraria tudo o que se fala da Graça Foster como petroleira, de carreira na Petrobrás e da Dilma como a gerentona do Lula.

Já vai tarde, mas eu acho que a pessoa que mais fica aliviada com sua saída é ela mesma. E a que fica mais pertubada é sua chefe e amiga, Dilma Rousseff.