Cunha pode constranger deputados em depoimento na sessão de cassação

Eduardo Cunha preside a Câmara durante discussão do processo de impeachment da presidenta Dilma nesta sexta (15)

Há duas preocupações que rondam dezenas de deputados em Brasília em relação à situação de Eduardo Cunha: a de uma eventual delação premiada e de um momento anterior. Já na segunda (12) a Câmara deve votar a possibilidade de cassação de Cunha por mentir à CPI da Petrobras no ano passado, quando disse que não tinha contas no exterior. 

Cunha já pediu a seu advogado, Marcelo Nobre, para usar metade do tempo da tribuna para fazer sua defesa. Deputados têm medo que esse discurso caminhe no sentido de “eu sei o que vocês fizeram no verão passado”, informa a colunista Jovem Pan Vera Magalhães.

Caso se sinta muito acuado e veja que nenhuma manobra vá prosperar, deputados acham que Cunha pode constrangê-los citando em rede nacional o apoio a eles oferecidos anteriormente ou casos mais graves.

A outra preocupação é de uma eventual delação premiada do investigado na Lava Jato, caso a cassação seja confirmada. Sem foro privilegiado, Cunha desceria direto para as mãos de Sergio Moro em Curitiba.

Há, porém, uma tentativa de manobra em curso para inverter a ordem da cassação e beneficiar Cunha com uma pena mais branda.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.