De acordo com a Transparência Internacional, “malufar” significa roubar dinheiro

Nêumanne, o que dizer agora do fato de Paulo Maluf estar estrelando um campanha publicitária na Suíça contra a corrupção com o apelido de Sr. Propina?

O TRE de São Paulo barrou a candidatura do deputado Paulo Maluf à reeleição com base na lei da ficha limpa. Maluf é considerado ficha suja. Ele não se abalou em nada: em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, ele disse que a lei da ficha limpa foi votada por ele na Comissão de Constituição e Justiça, da qual faz parte de forma permanente, e foi colocado na legislação – e ele diz que é um dos que se encarregaram disso – que a inelegibilidade tem de respeitar o voto colegiado e não decisões individuais dos juízes. Ele também disse que tomou o cuidado de colocar que a inelegibilidade presume dolo ou enriquecimento ilícito. É uma discussão sobre isso em relação a ele e ele mesmo já resolveu o problema.

No mesmo dia em que saiu uma entrevista dele, o jornal O Estado de São Paulo deu uma reportagem de Jamil Chade, correspondente em Genebra, dando contas de que ele vai ser uma das estrelas internacionais da transparência numa campanha mundial lançada em Berna, na Suíça, para forçar o governo suíço a ser menos condescendente com a questão da proteção do sigilo bancário que protege gente que deposita lá nos seus bancos. A campanha é chamada de “Desmascarar a corrupção” e Maluf é chamado na peça publicitária de Mr. Kickback, sr Propinas. Segundo o texto da campanha, longe dos contribuintes que o elegeram, Maluf comprou relógios de luxo e joias em casas de apostas em Nova York.

Não existem muitas pessoas que podem dizer que existe um verbo criado a partir de seu nome, mas Paulo Maluf pode: de acordo com a Transparência Internacional, “malufar” significa roubar dinheiro. Bom, no exterior a fama do Maluf não é muito boa mesmo, tanto que ele não pode sair do Brasil. Mas no Brasil ele pode continuar, inclusive, aparecendo na televisão, só que em vez de aparecer como Sr Propinas, aparece como o Sr Rotas, o Sr Marginais na propaganda do partido que ele controla e domina.