Decisão de extraditar Pizzolato reveste-se de grande importância

  • Por Jovem Pan
  • 25/04/2015 13h15
19/08/2005. Brasília. Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, durante depoimento na CPI dos Correios no Senado José Cruz/ Agência Brasil Henrique Pizzolato

Pergunta: Qual é a importância a decisão do governo italiano de autorizar a extradição do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, ao Brasil para cumprir pena, condenado no processo do Mensalão pelo Supremo Tribunal Federal a 12 anos e 7 meses de prisão?

Resposta: A decisão do governo Matteo Renzi, da Itália, de seguir outra decisão da Suprema Corte de seu país e autorizar a extradição do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, condenado no processo do Mensalão aqui a 12 anos e 7 meses de prisão por corrupção, peculato e lavagem de dinheiro, reveste-se de grande importância em várias modalidaes, digamos assim.

Em primeiro lugar, esperava-se que o governo italiano não autorizasse a extradição em represália à decisão de Luiz Inácio Lula da Silva de não devolver para a Itália, a pedido do governo italiano, o criminoso condenado Cesare Battisti.

Vê-se que o governo italiano estabelece critérios rigorosos e impessoais, caso a caso, nessa decisão. A volta de Pizzolato ao Brasil para cumprir pena significa também o aval da Justiça italiana, uma vez que ele também é cidadão italiano. A Itália jamais concederia ao governo brasileiro essa devolução se houvesse qualquer dúvida em relação ao julgamento dele no Mensalão.

O governo italiano, um estado democrático de direito, reconhecido no mundo inteiro, um país europeu, civilizado, reconhece que o seu cidadão – também é cidadão de lá – Henrique Pizzolato, foi julgado com todo o amplo direito de defesa e que não houve nenhuma interferência política na decisão do Supremo. Com isso, se derruba a velha tese do PT que está sendo repetida agora no caso da Operação Lava Jato, de que há uma perseguição ao PT.

No caso Pizzolato, Pizzolato era um militante do PT, chegou à direção de marketing no Banco do Brasil, e a sua fuga já tinha significado uma confissão de culpa, e agora essa confissão de culpa foi reafirmada pelo governo italiano.

Ou seja, ele foi condenado, o que comprova que ele tem culpa; depois, fugiu, o que também comprova que ele tem culpa, e agora o governo italiano, depois de uma primeira decisão em primeira instância em contrário, reafirma a sua culpa, acabando com essa lorota de interferência política, de perseguição ao PT.

Aliás, eu quero lembrar que Pizzolato é personagem chave do Mensalão, uma vez que ele é a conexão do dinheiro público com as propinas pagas por ordem do ex-chefe da Casa Civil José Dirceu, condenado por ser chefe de quadrilha, aos membros da base aliada que cobram pra apoiar o governo, e também aqueles que procuravam chantagear os petistas, principalmente Lula e Dirceu, pela, digamos, leniência deles em relação à punição aos assassinos de Celso Daniel, que foi prefeito de Santo André. Ou seja, está tudo confirmado.

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