Defesa de Lula é vaga e política; uso de laranja é claro
Advogados de Lula entregam à Justiça Federal a defesa prévia do processo sobre a compra de um terreno para a construção da nova sede do Instituto Lula.
A ação, que tem ainda Marisa Letícia e outros sete réus, envolve um apartamento vizinho ao do ex-presidente, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. A defesa acusa os procuradores da República de perseguirem o petista e dizem que a denúncia é vaga.
Os advogados ainda citam “truculências” sofridas por Lula, como a condução coercitiva e a divulgação de conversas particulares dele, em março de 2016. A defesa afirma que não há provas da participação do ex-presidente e que os procuradores não explicam como teriam se dado as vantagens indevidas.
O Ministério Público Federal acusa a Odebrecht de pagar propina ao petista, por meio da aquisição do imóvel, possível sede do Instituto Lula.
Vera Magalhães comenta: é uma defesa vaga que repete os mesmos argumentos dos últimos anos, dessa ladainha que teria uma perseguição contra o ex-presidente Lula.
Mas esse é um caso em que fica muito patente a triangulação, porque a Odebrecht tem vários e-mails e comunicados internos dessa triangulação, tanto do terreno onde ficaria o Instituto Lula quanto do apartamento contíguo ao do ex-presidente em São Bernardo, que estava sendo usada pela família.
Os dois imóveis estavam em nome de parente de Bumlai, amigão de Lula, usado como laranja. Isso aparece na denúncia e está explícito em depoimentos, na delação do próprio Bumlai e de executivos da Odebrecht.
A defesa não refuta o uso do apartamento. A defesa é vaga e política. Esse é um caso em que as digitais e o uso de um laranja para beneficiar Lula estão muito claros e bem demonstrados.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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