Delação de Cerveró está originando mais depoimentos

  • Por Jovem Pan
  • 04/07/2015 11h54

Nestor Cerveró foi preso preventivamente nesta quarta-feira (14) por ter feito movimentações financeiras suspeitas após ser denunciado pelo Ministério Público Federal

Geraldo Bubniak/AGB/Folhapress Nestor Cerveró foi preso preventivamente

Enquanto nos EUA, a Presidente Dilma Rousseff batia no delator, ou então na delação premiada, e exigia provas para que retirasse do se ministério, Oliva e Edinho Silva, as notícias sobre a Operação Lava Jato, aqui nos tristes trópicos, não lhe permitiam muita festa não. Na terça-feira, o Cerveró, ex-diretor internacional da Petrobras, assinou a delação premiada. Ele vinha resistindo muito. Essa delação premiada do Cerveró demonstra que a situação chegou em tal ponto, que as pessoas que sabem de coisas que podem apontar novos dados da investigação, estão se dispondo a falar para evitar penas duras como a do Marcos Valério no mensalão, por exemplo. Pois é, essa é uma novidade importante muito ruim, afinal Cerveró é apontado pela Dilma desde o começo do escândalo como responsável por sua assinatura como presidente do Conselho de administração da Petrobras, autorizando a danosa compra da refinaria em Pasadena.

No dia seguinte, foi posta na rua a Operação Mônaco, que deixou às claras que outro diretor, exatamente o que entrou no lugar do Cerveró, transferiu dinheiro da Suíça pra Mônaco e China, enquanto transcorriam investigações, numa prova de cinismo absoluta e absurda, e prova de que a roubalheira continuou, passando de uma administração para outra. Aí na quinta-feira, os seis criminalistas ligados a defesa de José Dirceu, apresentaram habeas corpus preventivo, por causa de uma delação premiada do intermediário Pascovitch. Pois é, na sexta-feira, o TRF da 4ª região, em Porto Alegre, negou o pedido de habeas corpus preventivo e fez um despacho duro do Ministro. O Ministro disse que há outras provas que não são apenas as delações premiadas e, segundo o jornal O Globo, olha, 5 delações premiadas se cruzam para fazer acusações como essa do Zé Dirceu e outras que comprometem propinas pagas a Vacari e outros tesoureiros do PT e também doações, criando a figura da “caixa três”. Nós tínhamos a “caixa dois”, era a caixa que recursos não compatibilizados, como dizia Delúbio, tesoureiro da época do mensalão; agora temos a “caixa três”, que é o uso da justiça eleitoral para lavar recursos sujos, de origem ilícita.

A coisa está feia e Teori Zavaski não contribuiu para a paz de Dilma. O ministro do supremo rejeitou abrir as delações premiadas para Oliva e Edinho Silva, que era tesoureiro da campanha e agora é ministro das comunicações. O consolo para Dilma é que Aloísio Ferreira também não teve acesso à delação premiada que o cita, agora, será que esse consolo é suficiente?

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