Delação premiada nem sempre é a solução
Quatro empreiteiras ficarão proibidas de participar de licitações pelo prazo de cinco anos, pelo cartel na usina de Angra 3, decidiu o Tribunal de Contas da União. UTC, Queiroz Galvão, Techint e a Empresa Brasileira de Engenharia são afetadas.
E as demais? Odebrecht, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, que firmaram acordo de leniência, as grandes, tiveram processo de punição suspenso pelo Ministério Público e pelo TCU, como forma de evitar que uma eventual aplicação de pena desestimule a colaboração.
Mas e daí? Essas três empreiteiras receberam do governo só nesse caso mais de R$ 2,6 bilhões nos últimos três anos, e o prejuízo chega a R$ 1,5 bilhão.
Esse acordo de leniência não é a grande solução para a administração pública brasileira.
Há uma tese do professor Modesto Carvalhosa.
Na Europa e EUA não existem escândalos de licitação. Por quê? Devido aos seguros chamados “performance bonds”. Passa a ser de responsabilidade das empresas de seguro não só o acompanhamento, mas também a seguridade da obra. Se a executora falir ou executar, a seguradora assume, contrata outra e conclui.
Assim, não é o fiscal do governo envolvido no esquema de propina que vai resolver, mas a empresa privada de segura que cuida de seu próprio negócio.
Delação premiada nessa questão não é solução.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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