Desafio de Obama é conter apreensão diante de inimigo não convencional

  • Por Jovem Pan - Nova Iorque
  • 07/12/2015 10h35
EFE/EPA/SAUL LOEB/POOL Presidente dos EUA Barack Obama faz raro discurso à nação desde o Salão Oval

Vamos começar pelo óbvio: papel de líder é liderar e Barack Obama nem sempre mostra firmeza ou se mostra antenado com as inquietações dos liderados. Ele transmite um distanciamento emocional destas inquietações populares.

E os americanos estão apreensivos com o terror e os adversários republicanos do presidente, em particular candidatos presidenciais, estão simplesmente histéricos diante da ameaça, muitas vezes sem diferenciar o terror islâmico de uma religião.

Os republicanos batem na tecla que Obama está mais preocupado com o controle de armas do que com o combate ao extremismo islâmico e tornar o pais menos vulnerável à sua ameaça

Em um teste de liderança, Obama falou na noite de domingo à nação. Foi apenas o seu terceiro e solene pronunciamento do Salão Oval da Casa Branca, na esteira do atentado praticado em São Bernardino por um casal inspirado pelo movimento Estado Islâmico. Com 14 mortes, foi o maior atentado terrorista nos Estados Unidos desde a posse de Obama em janeiro de 2009.

Obama disse no seu discurso que os Estados Unidos vão destruir o Estado Islâmico e outros grupos extremistas. O presidente recapitulou as medidas de combate antiterror na Síria e Iraque, mas repetiu que não haverá uma outra invasão americana no Oriente Médio.

Na frente doméstica, Obama pediu apoio do Congresso para que haja mais controle de armas e anunciou que está em curso uma revisão da política de vistos. E deixou claro que será uma vitória do terror islâmico caso seja travada uma guerra contra o islã ou a comunidade islâmica seja hostilizada pela população.

O atentado em San Bernardino praticado por um cidadão americano, nascido em Chicago, de origem paquistanesa e sua mulher nascida no Paquistão, aconteceu semanas depois dos ataques em Paris e de outras ações do terror islâmico em várias partes, que combinadas mataram mais de 500 pessoas em dois meses.

O desafio para Obama é assegurar a nação que o aparato de segurança está preparado para impedir outra chacina ao estilo de San Bernardino, ser realista sobre a possibilidade e, também, não incrementar o clima de apreensão diante de um inimigo não convencional.

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