Descredenciamento de universidades no RJ é mais um caso trágico da administração do dinheiro do povo
Nêumanne, o que é que tem a ver descredenciamento de duas grandes universidades particulares – a Univercidade com C e a Universidade Gama Filho, ambas famosas – com o enorme clima de corrupção que toma conta do país neste momento de eleição?
A história do descredenciamento, pelo Ministério da Educação, das universidades Univercidade com C e a Universidade Gama Filho, no Rio, é mais um caso trágico da forma como o governo federal vem administrando o dinheiro do povo.
Veja bem: o Ministério da Educação tomou a decisão inédita de descredenciar e fechar a Universidade Gama Filho e a Univercidade com C, no Rio de Janeiro, deixando 18 mil alunos sem escola no ano passado. Com isso veio a luz uma história de roubo, que está sendo investigada pela polícia e já foi pra Justiça, que é absurda.
A verdade é que o caso envolve um lobista ligado ao presidente do Senado, Renan Calheiros, um sujeito chamado Milton Lyra, um advogado chamado Márcio André Costa e a pulverização de 100 milhões de reais obtidos numa emissão de debêntures destinadas a sanear a finança das duas instituições.
Esse debêntures foram comprados pelo Postalis, o fundo de pensão dos funcionários da empresa brasileira de Correios e Telégrafo. Esse fundo não é um fundo público; é um fundo privado. O Correio é uma empresa, mas é uma empresa contratada pelo governo. Teoricamente, nós somos os donos dela, e por isso o fundo, como sempre, é administrado por sindicalistas ligados às grandes centrais sindicais – principalmente, a CUT ao PT.
Bom, acontece o seguinte: o grosso do prejuízo caiu na conta do fundo de pensão dos Correios, o Postalis, que é o maior do país em número de contribuintes. Agora, 20 milhões, a polícia desconfia que voltaram para as mãos da família Gama Filho e os 80 foram torrados.
Então, é um caso de cem milhões de reais torrados num caso de corrupção em que os prejudicados são principalmente 18 mil alunos universitários que tiveram os seus cursos interrompidos sem que nada fosse feito para garantir os seus direitos.
O Brasil, realmente, está virando, cada vez mais, um caso de polícia. Um caso de polícia atrás do outro, inclusive, no campo da educação. Estava na hora de acabar com isso.
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