Desde 11 de setembro de 2001, EUA vive estado permanente de guerra

  • Por Jovem Pan
  • 10/09/2016 11h43
Wikimedia Commons Memorial de 11 de setembro em Nova Iorque

Amanhã, domingo, 11 de setembro, um marco histórico: 15 anos desde os atentados de 2001, três mil mortos em solo dos Estados Unidos. Será também mais um dia em uma longa guerra contra o terror, uma guerra que parece sem fim.

Nos 25 anos seguintes ao final da Guerra do Vietnã nos anos 70 ate o 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos raramente estiveram em guerra e quando acontecia ela era rápida, fulminante. Imagine, a primeira guerra do Golfo em 1991 durou 43 dias. No entanto, o país mais poderoso do mundo tem lutado dia a dia nos últimos 15 anos, algo sem precedentes na sua história, numa frente de combates que vai do subcontinente indiano ao norte da África.

Tanta coisa mudou desde aquele 11 de setembro, mas para os americanos existe este fato marcante da transformação de um país em estado permanente de guerra, embora isto não seja perceptível para muitos.

É uma guerra complexa e tudo complica pela intervenção no cenário político de demagogos como Donald Trump que oferecem soluções simples e erradas para desafios convolutos e que exigem paciência e sofisticação estratégica.

Neste amplo arco de combates, houve vitórias e reveses. A rede Al-Qaeda, responsável pela barbárie do 11 de setembro, foi enfraquecida, mas aí está o Estado Islâmico; o Talibã perdeu o poder no Afeganistão, mas ressurgiu; Saddam Hussein e Muamar Gadafi caíram e morreram, mas o Iraque e Líbia são cenários dantescos hoje em dia. Nem falar da Síria.

Será uma longa guerra com altos e baixos e quanto mais durar menos claras serão as metas americanas, com a dificuldade para definir exatamente quem é o inimigo, que é sistemático na barbárie, mas fluido nos métodos e mesmo nos seus objetivos.

Barack Obama está no limiar dos seus oito anos de governo. Ele despontou como um crítico da guerra do Iraque e fez carreira com a promessa de travar uma luta esperta contra o terror.

É verdade que as operações militares dos EUA hoje no Afeganistão e no Oriente Médio são em menor escala do que nos tempos de George W. Bush, sob cujo governo ocorreram os ataques do 11 de setembro e as invasões do Afeganistão e do Iraque, mas Obama se iludiu, calculando que poderia se evadir de regiões explosivas. Ele também subestimou o inimigo fluido.

Existe relutância dos candidatos presidenciais para intervenções ambiciosas no combate ao terror e mesmo aversão da opinião pública, mas eu não tenho dúvidas de que no vigésimo aniversário dos atentados do 11 de setembro, ainda estarei falando aqui desta longa guerra contra o terror.

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