Despacho autorizando delação premiada de Costa e prisão em domicílio é histórico

  • Por Jovem Pan
  • 20/10/2014 16h54

Nêumanne, qual é a a grande novidade da autorização da Justiça para que Paulo Roberto Costa saia da prisão e tenha a sua delação realmente premiada, ou seja, tenha uma pena atenuada ou até anulada?

O despacho do ministro do STF, Teori Zavascki, autorizando a delação premiada de Paulo Roberto Costa e mandando soltá-lo… não soltá-lo, mas mandando-o para a prisão em domicílio, é histórico.

O ministro reconhece, por escrito, que, abre aspas: “Foi possível identificar um conjunto de pessoas físicas e jurídicas envolvidas em operações jurídicas, entre as quais, as utilizadas inclusive para lavar dinheiro de crime oriundo de crimes antecendentes praticados em detrimento da Petrobras.” Para Teori Zavascki, há elementos indicativos de envolvimento de várias autoridades detentoras de prerrogativa de foro perante tribunais superiores, inclusive, de parlamentares federais, o que atraí a competência do STF.

Ficou claro que o ministro não se referiu a autoridades do legislativo, desculpe, do executivo, mas apenas do legislativo. Mas, todos sabemos que Teoria Zavascki tem tido um comportamento bastante simpático aos mensaleiros, aos pleitos do governo, e o seu despacho é histórico, a medida em que é promissor. Ou seja, há depois dele, a esperança de que o Supremo, com a saída do Joaquim Barbosa, não tenha jogado no lixo o avanço ocorrido no julgamento do Mensalão.

Graças a este despacho, o ex-diretor de abastecimento e refino da Petrobras,ganhou o benefício da prisão domiciliar, mas terá que devolver 25 milhões 800 mil dólares que mantém na Suíça e nas Ilha Caymã, pagar multas de 5 milhões de dólares, de reais, desculpe, e devolver o Range Rover avaliado em 320 mil reais. O Range Rover, aliás, é um detalhe pitoresco, afinal, é de um veículo desse tipo que era acusado de ter sido presenteado Silvinho, um dos personagens do Mensalão. É mais uma conexão do Mensalão com o Petrolão. Não faltarão outras e essas assombrarão os companheiros, mesmo que a Dilma ganhe a eleição presidencial, como é provável.

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