Diálogo é acordo ruim. Que se continue o julgamento

O primeiro julgamento, com ampla participação dos jurados, foi na eleição.

O veredito em primeira instância foi que os acusados eram inocentes.

Mas a promotoria, ou seja, a oposição, alegando jogo sujo na eleição, provas forjadas com a acusação de mentiras sobre os programas sociais, reclama do resultado e recorreu.

A próxima instância é o Congresso Nacional onde o senador Aécio Neves, o promotor de acusação e líder da oposição, promete expor todas as irregularidades do primeiro julgamento e tenta convencer o grande júri e os magistrados da Câmara e do Senado que a primeira decisão, apesar de ter uma pequena foi equivocada.

A Defesa são os parlamentares do governo no Congresso, liderados pela própria presidente reeleita Dilma Rousseff que insiste no resultado do primeiro julgamento como definitivo.

Mas a Justiça brasileira permite recursos.

Por isso, teremos mais quatro anos de intenso julgamento em que a promotoria da oposição e a defesa do governo vão precisar apresentar novas provas ao jurados, os cidadãos deste país que, como num tribunal do júri, estão atentos e conscientes.

Neste momento, o pior que pode acontecer ao futuro de todos nós é a proposta do diálogo entre as partes prosperar sem que haja uma apuração a fundo do caso, sem que se investigue a Petrobrás, os desvios éticos do governo, de parlamentares, da gestão ruim na economia, etc. Tudo isso em nome de algum acordo tentando reduzir as supostas perdas do país com o clima de confronto de tribunal.

Certa vez, ouvi de um juiz cansado que mais vale um mau acordo que uma boa demanda.

Não vale, não! Não para os justos.

Então, que se continue a dura luta entre a oposição e o governo sob o regime soberano da lei.

Porque transitado em julgado neste país, só a democracia.