Dilma deveria afastar afastar ministros investigados na Lava Jato

  • Por Jovem Pan
  • 09/09/2015 21h11
Montagem/Agência Brasil Edinho Silva e Aloizio Mercadante

Existe algum impedimento para que ministros e senadores investigados na Lava Jato continuem exercendo seus cargos tranquila e regularmente?

O ministro Ricardo Berzoini deu uma entrevista coletiva dizendo que o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante Oliva, e o ministro das Comunicações e porta-voz de Dilma, Edinho Silva, continuam gozando da confiança da presidente, do PT e de seus companheiros de governo.

Isso, contudo, não basta para mantê-los no cargo como têm sido mantidos. O que acontece é que eles estão sendo investigados na Lava Jato, e a PF já conseguiu, de Teori Zavascki, a análise do caso de Edinho Silva, e o ministro Celso de Mello será o relator do caso de Aloízio Mercadante e do senador Aloysio Nunes, que foi candidato à vice, derrotado, na chapa de Aécio Neves, do PSDB.

A acusação contra Edinho é muito grave. Ricardo Pessoa disse que foi ameaçado por ele, que se não doasse para a campanha de Dilma, seus contratos com as estatais, principalmente a Petrobras, que tinha o privilégios de subpreços seriam cancelados.

A palavra do delator não é definitiva sobre isso, mas a PF, com a ajuda do MPF e sob supervisão da Justiça, está analisando se existe realmente existe conexão que possa provar isso. Se for provado que o delator mentiu, não acontecerá nada com os ministros e com o senador oposicionista.

Aí, teremos duas coisas: a reputação dele será devidamente lavada e o delator terá sua pena agravada. Ou seja, fica provado que ele é doido, porque só uma pessoa sem juízo pode fazer uma denúncia desse jaez, com pessoas dessa importância, ser mentirosa.

No caso de Edinho e Mercadante, são poderosos ocupantes de cargos no Palácio do Planalto ao lado da presidente e, evidentemente, a sua permanência nesses casos implica assédio a testemunhas e possibilidade de interferir nas provas. Por causa disso, já um precedente.

Henrique Hargreaves, chefe da Casa Civil do governo Itamar e um homem de sua confiança, foi afastado do poder até provar inocência. Esse precedente foi seguido por FHC em relação à Eduardo Jorge Caldas Pereira, tucano de alta plumagem que também obedeceu esse mesmo critério.

Já que a Dilma gosta tanto de falar dos exemplos do governo FHC, ela podia seguir este, e afastá-los dos cargos enquanto eles estiverem respondendo e que haja dúvidas sobre a atuação deles no caso.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.