Dilma e Maduro tratam adversários como inimigos

  • Por Jovem Pan
  • 19/06/2015 20h52
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Na terça (10) EFE/Miguel Gutiérrez Na terça (10)

Pergunta: Ao que você atribui o fracasso da missão dos senadores brasileiros, que foram a Caracas dar apoio aos presos políticos de Maduro e voltaram para a casa com as mãos abanando?

Resposta: Todo episódio que cerca a ida de uma comitiva de senadores brasileiros, sob liderança de Aécio Neves, presidente do PSDB, com a participação do líder Ronaldo Caiado, do DEM, XX da Comissão de Relação Exteriores, o presidente Aloysio Nunes Ferreira, etc.

Todo esse episódio é cercado de algo muito contraditório e decepcionante de todos os pontos de vista. Os senadores tiveram dificuldade para conseguir autorização da Venezuela para o jato da FAB, que os levou à Venezuela, pousar no aeroporto.

Jacques Wagner, ministro de Defesa do Brasil fez claro corpo mole, mas como pegou muito mal, os senadores acabaram conseguindo a aprovação e indo para Caracas. Chegando na Venezuela, a van onde eles estavam, na companhia das mulheres dos líderes oposicionistas da Venezuela presos, foi cercada por 50 manifestantes chavistas, gritando que Chávez não morreu, que Chávez está voltando.

Depois voltaram para o aeroporto e encontraram o terminal fechado, e resolveram voltar ao Brasil com um medo muito justo de serem retaliados. Os senadores, todos de oposição, não conseguiram nenhuma moção do governo brasileiro. A presidente Dilma Rousseff fingiu convocar o chanceler para esclarecimentos; o embaixador em Caracas ficou fazendo cara de paisagem. Um vexame geral.

O Maduro me parece mais perdido que a seleção brasileira em campo em jogo de futebol, e o governo brasileiro se comporta de uma forma absurda, porque Dilma Rousseff está completamente desmoralizada, foi desautorizada pelo Tribunal de Contas da União, que é nomeado por gente que controla o governo, e agora, quando deveria tomar uma atitude em relação a forma como foi maltratada a comitiva de brasileiros, faz de conta que não é com ela por que são adversários.

Ela trata adversários como Maduro trata, como inimigos, só que o Brasil não é a Venezuela, e a situação não é nada boa. Como disse o jornalista de economia da Folha, “o governo está na segunda divisão”, não é, meu? O mínimo que se esperava dela é que tivesse o mínimo de instinto de sobrevivência e agisse até para não continuar isolada como está.

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