Dilma e a reunião do clima em Nova York
Domingo foi um dia de mobilização global sobre mudanças climáticas. O epicentro foi a grande marcha em Nova York, com a presença de centenas de milhares de pessoas (de fato, acima das expectativas) e do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, o mentor desta cúpula de um dia na terça-feira. Ficando no trocadilho infame, Ban Ki-moon considera o encontro como um aquecimento global para 15 meses de negociações destinadas a costurar um novo acordo climático global, a ser ratificado em Paris no final de 2015.
A função deste acordo é substituir o inefetivo Protocolo de Quioto. Robert Orr, o assessor estratégico de Ban Ki-moon, insiste que existe mais “clima” para o avanço das negociações, ao contrário da cúpula de Copenhague, realizada em 2009 no auge da crise econômica global, quando a luta contra mudanças climáticas era vista como um gasto adicional e um freio à recuperação econômica.
A ONU sendo ONU, esta cúpula de clima na terça-feira está sendo saudada por sua grandiosidade, o maior evento do gênero já realizado na história, com a presença de mais de 120 dirigentes. No entanto, não existem grandes expectativas sobre o que pode ser alcançado. O evento não será prestigiado pelos colegas de Dilma do bloco Brics, o chinês Xi Jinping, o indiano Narendra Modi e o russo Vladmir Putin. Estes três países estão entre os maiores emissores de gases de efeito estufa.
Barack Obama estará na cúpula para apregoar os progressos de seu governo para reduzir as emissões, através de regulamentações (China, EUA e Índia puxaram a alta de emissões em 2013). No entanto, Obama está por baixo. Acordo internacional a ser ratificado pelo Senado é outra história.
As ambições ambientalistas estão manietadas pela Congresso e expressivos setores da opinião pública ainda questionam o papel preponderante do ser humano nas mudanças climática, num atraso vexaminoso em comparação aos outros países desenvolvidos e mesmo os em desenvolvimento.
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