Dilma faz campanha eleitoral antecipada em MG

  • Por Jovem Pan
  • 08/04/2014 10h37
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Reinaldo, Dilma foi a Minas nesta segunda e fez campanha eleitoral antecipada. O que isso tem a ver com o Supremo Tribunal Federal?

Eu explico. Quando lembro que seis ministros do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, Roberto Barroso, Dias Tofoli, Ricardo  Levandowisk, Joaquim Barbosa e Marco Aurélio, já se pronunciaram contra a doação de empresas privadas a campanhas eleitorais e vejo o uso desavergonhado da máquina pública federal em favor de candidaturas do PT, mais evidente se torna a estupidez da decisão dos doutores.

É impressionante. Na semana passada a presidente Dilma participou da solenidade de entrega de moradias do Programa Minha Casa Minha Vida em São José do Rio Preto, em São Paulo. Lá estava Alexandre Padilha, candidato ao governo do estado pelo PT. Nesta segunda foi a Contagem, em Minas, para doar caçambas e máquinas de terraplanagem à prefeitura da região.

E quem apareceu pendurado em seu braço?  Fernando Pimentel, que vai disputar o Palácio da Liberdade. Trata-se do uso explícito, escancarado, sem rodeios do dinheiro público em favor das candidaturas do partido. E o que o STF pode fazer a respeito disso? No máximo as respectivas oposições podem apelar à Justiça Eleitoral, no fim das contas para nada.

Em Contagem, Dilma decidiu dar uma de valente, referindo-se à tempestade de lambanças da Petrobras, afirmou: “É muito usual nos períodos de pré-campanha a utilização de todos os instrumentos possíveis para desgastar esse ou aquele governos. Nós temos experiência disso, enfrentamos isso em 2006, com a re-eleição de Lula. Em 2010 na minha eleição. O meu governo continuará governando, mantendo seu caráter republicano. Não iremos recuar um milímetro na disputa política quando ela aparecer”.

Pois é, Dilma dizer que continua governando é um certo exagero. Agora, a doutora se esquece de que é a principal testemunha de irregularidades na Petrobras, não é mesmo? Ela confessou, de próprio punho, que na condição de presidente do Conselho de Administração, foi enganada numa patranha bilionária. O que a soberana não consegue explicar é a sua omissão posterior.

Parece que o Planalto não se está dando conta que desta vez a cascata de que tudo não passa de uma conspiração contra a Petrobras não está colando. Pesquisa DataFolha revela que 78% dos entrevistados acreditam haver sim corrupção na empresa. E porque não acreditariam? A cada dia ficamos sabendo um pouquinho mais daquela casa de horrores.

Em seu pronunciamento em Contagem, ao lado do candidato do PT ao governo de Minas, Dilma cinicamente disse que a campanha só começa em Junho. É mesmo? O orador dos prefeitos foi um tal Donizete Lemos, de Joaíma. Discursou o rapaz: “Não tenho medo de apoiar a presidente Dilma. Não tenho medo de encarar a campanha. Vamos manter esse governo. Prefeito não tem que ter medo, a Dilma tem que continuar”. E os presentes então entoaram: “olê, olê, olá… Dilma! Dilma!”

Por muito menos a Justiça Eleitoral já cassou o mandato de prefeito e de governador. É evidente que isso se caracteriza como uso da máquina pública em favor de um partido e compra de votos. Aqueles gloriosos ministros do STF, no entanto, estão ocupados em proibir a doação legal de campanha.

Há uma coisa positiva. Há sinais evidentes de que a cada dia mais gente vai demonstrando que está, com o perdão da expressão, com o saco cheio deste estilo. Nesta segunda, mais uma vez, os mercados viveram um dia de otimismo. Porque? Comemoravam a queda de 6 pontos de Dilma na pesquisa DataFolha.

Essa gente atrapalha hoje, de tal sorte o país, que a simples perspectiva de que possa ser, quem sabe, derrotada em Outubro, já enche os espíritos de um ânimo novo.

 

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