Dilma, felizmente, não deu vexame durante discurso na ONU

  • Por Jovem Pan
  • 23/04/2016 11h43
Nova Iorque - EUA, 22/04/2016. Presidente Dilma Rousseff durante sessão de abertura da cerimônia de assinatura do acordo de Paris. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR Roberto Stuckert Filho/PR Dilma

Afinal, para que serviu esta curta viagem de Dilma Rousseff a Nova York? Basicamente para exportar a crise brasileira. A presidente apenas não agravou a espiral por amainar o tom do seu breve discurso na ONU, ao não categorizar o processo de impeachment como um golpe, como tem sido sua narrativa habitual, sua cantilena. Felizmente, a presidente não deu vexame ao falar em nome da nação da tribuna das Nações Unidas.

De qualquer forma, a ofensiva de agitação e propaganda de Dilma forçou Michel Temer, seu vice e presidente interino na sua ausência no exterior, a lançar uma contraofensiva. Temer deu entrevistas, publicadas com destaque em três dos mais importantes jornais do mundo, o New York Times, o Wall Street Journal e o Financial Times.

De certa forma, a batalha de Dilma contra boa parte da nação está servindo para apresentar Michael Temer ao mundo. Vamos deixar claro que Dilma exagera na noção de que sua campanha de agitação e propaganda está surtindo efeito no exterior. Vemos é verdade um tom condescendente em várias publicações, a destacar a edição corrente da revista The Economist com a imagem do Cristo Redentor pedindo socorro.

No entanto, não adianta Dilma pedir socorro à comunidade internacional. Apoio à sua cantilena é manifestado pelos suspeitos habituais, os bolivarianos. Existe algo mais patético do que receber irrestrita solidariedade de Nicolás Maduro ou do dinossauro Raúl Castro?

Ninguém de peso se aventura a meter a colher na crise interna brasileira. A postura é protocolar, ao estilo do Departamento de Estado americano, de que o governo Obama observa o desenrolar dos acontecimentos e que confia no vigor das instituições brasileiras.

Aliás em eventos relacionados ao Brasil, como conferências com políticos e economistas nos Estados Unidos, o consenso é óbvio: o Brasil vive uma profunda crise política e econômica, mas a busca de soluções ocorre pela via constitucional. A imagem da classe política brasileira como um todo é vexaminosa no exterior.

Eu arremato de forma opinativa, com uma pequena maldade. Quem sabe esta viagem a Nova York tenha sido a última pedalada internacional de Dilma Rousseff como presidente. Serve como um aquecimento: Dilma fora do país, Dilma fora do governo.

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