Dilma manda “É Tóis” para Neymar

  • Por Jovem Pan
  • 08/07/2014 11h58
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Reinaldo, então a Dilma mandou um “É Tóis” para Neymar?

Eu vou lhes contar, ouvintes: há coisas que realmente me surpreendem. Às vezes, pergunto-me onde eu estava enquanto o mundo existia. Por exemplo: eu só fiquei sabendo da existência do “É TÓIS” nesta segunda. O que quer dizer “É TÓIS”? É como a turma de Neymar pronuncia o tal “é nóis”, uma expressão fática que significa um monte de coisa – desde um “a gente é mesmo do balacobaco!” a um simples “sim”. É uma gíria da periferia de São Paulo de amplo espectro. Digamos que alguém ou um grupo receba um elogio. Resposta: “É nóis” – uma forma óbvia de auto-congratulação. Lula, por exemplo, deve ser a pessoa que mais diz no espelho: “É nóis”. Mas também pode expressar apenas assentimento, um “sim”: “E aí? Vamos pra balada?” Resposta: “É nóis”.

Por alguma razão que não se explica, além da fama que lhe permite lançar modas as mais exóticas – vejam o caso de seu cabelo -, Neymar e sua turma começaram a falar “É TÓIS”. Virou febre nas redes, já há funk empregando a palavra. Antenada – e vocês sabem como Dilma é moderna -, a presidente recorreu ao Facebook nesta segunda para enviar uma mensagem a Neymar: “É TÓIS”. E posou para uma foto fazendo um “t” com os braços, imitando o jogador.

A presidente participava de um bate-papo no Facebook – coisa que não tenho tempo de fazer. Vai ver Dilma anda com horas ociosas, não é? Respondia, ela ou algum assessor seu (o que é mais provável), a perguntas de internautas por escrito. Afirmou que vai, sim, entregar a taça ao campeão no domingo e que torce “para que seja o Brasil”. Indagada se temia a vaia, respondeu: “São ossos do ofício”. A presidente chegou a falar com o seu alter ego oficioso, a tal “Dilma Bolada”.

Dilma comentou a lesão do craque brasileiro em tons patrióticos: “A dor do Neymar, ao ser atingido, feriu o coração de todos os brasileiros. O Neymar está aí, mesmo ferido, querendo jogar. É um guerreiro. O exemplo de resistência do Neymar vai fortalecer a Seleção. Fazê-la se superar”. Depois a gente ainda se pergunta porque os políticos têm o costume de ser vaiados.

A governanta teve tempo também de esconjurar os urubus, provocada por uma “leitora”, claro!, segundo quem a realização do Mundial no Brasil é uma “belezura, contra tanto urubu agourento no caminho”. Dilma, então, respondeu: “Belezura mesmo! Azar dos urubus!”

Urubus, é? Eles me lembram os mascarados de negro que saíram por aí barbarizando as cidades. E isso também me remete a fatos notáveis: enquanto a polícia de São Paulo combatia os black blocs, Gilberto Carvalho negociava com os “urubus”. Quem bateu papo com os urubus foi o ministro de Dilma Rousseff.

De resto, “É TÓIS”, sim! E “TÓIS”, no caso, representa a nação brasileira, não a tentativa canhestra do poder de manipular a torcida.

 

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