Dilma não demitiu Paulo Roberto Costa, como ela mesma diz
Nêumanne, como é que pode ser usada a eventual demissão do delator premiado, Paulo Roberto Costa, pela presidente República que era sua superiora hierárquica, hein?
Num debate de televisão, quando o seu adversário Aécio Neves, do PSDB, cobrou o petrolão, a roubalheira na Petrobras, a candidata à reeleição, a presidente Dilma Rousseff, respondeu, entre outras coisas, que demitiu Paulo Roberto Costa em 2012. Na verdade, ela não demitiu.
O jornal O Globo provou, na sua edição de quinta-feira, que Paulo Roberto Costa renunciou e foi fartamente elogiado na reunião em que apresentou a sua renúncia ao Conselho de Administração da Petrobras.
Bom, em resposta ao Globo, a campanha da Dilma divulgou um depoimento do Paulo Roberto Costa em que ele conta que foi procurado por Edson Lobão, seu chefe, ministro de Minas e Energia, que o pressionou para que ele se demitisse e ele, então se demitiu.
Bom, a campanha de Dilma acaba de declarar que a candidata mentiu. Demitir é uma coisa; forçar alguém a se demitir é outra completamente diferente – inclusive, no peso do currículo. E, no caso, Dilma disse que demitiu por falta de afinidade.
Ora, Paulo Roberto Costa acaba de confessar que recebeu 26 milhões de dólares de propina da Odebrecht para favorecê-la na construção da refinaria de Pernambuco, de Abreu e Lima. Se ela conhecia isso, ela tinha que ter demitido sumariamente para exemplar, inclusive, para que o exemplo do roubo não fosse seguido pelos seus sucessores.
Não apenas o Paulo Roberto Costa não foi demitido, como foi elogiado, como acabo de dizer que está provado na ata da Petrobras. E mais: a Polícia Federal está investigando a roubalheira que ocorreu na Petrobras, depois que ele saiu da Petrobras como consultor privado. Ou seja, ele manteve seus laços na Petrobras.
Agora, o que é que se faz com isso agora, que Dilma disse que Marina tem desvio de caráter porque mente quando a sua própria campanha prova que ela mentiu num caso importante e relevante como este.
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