Dilma não deveria ter “ouvido” Gilberto Carvalho

  • Por Jovem Pan
  • 15/05/2014 11h15

Reinaldo, quer dizer que Dilma deveria tê-lo ouvido, em vez de ter ouvido Gilberto Carvalho?

Eu acho, é claro que estou brincando, mas é uma brincadeira com sentido. Olá internautas e amigos da Pan.

Hoje é o ensaio geral das dores de cabeça que a presidente Dilma terá durante a Copa do Mundo, as mesmas que a impedirão de discursar no jogo inaugural do torneio. Uma vaia que fizesse o Itaquerão vir abaixo poderia ter um efeito devastador em ano eleitoral. E a vaia viria tão certo como Aloysio Mercadante é capaz de conceder entrevistas desastradas.

Organizações dos auto-intitulados Sem Teto marcaram protestos em sete capitais: Belém, Fortaleza, Palmas, Brasília, Salvador, São Paulo e Curitiba. Estão previstos protestos contra o gasto de dinheiro público na Copa em 14: Manaus, Belém, Fortaleza, Natal, Recife, Cuiabá, Brasília, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre.

País afora, em várias dessas cidade, há greves ou de servidores ou de categorias profissionais que tendem a engrossar os protestos. Na capital paulista, por exemplo, parte dos professores da rede municipal de ensino cruzam os braços. No Rio há paralisações de professores das redes municipal e estadual, e de parcela de cobradores e motoristas de ônibus. Em Pernambuco há greve de policiais militares, o que já ensejou a intervenção da Força Nacional de Segurança.

Se alguém dissesse à Lula em 2007 que a Copa do Mundo poderia vir a ser uma grande dor de cabeça para o petismo, ele certamente riria da cara do interlocutor. E convenham, em certa medida ninguém realmente contava com isso.

Embora existam muitos grupos de extrema esquerda na raiz desses movimentos, o repúdio ao dinheiro público empregado na Copa, em contraste com a precariedade de alguns serviços fornecidos pelo Estado, mobilizou mais gente. Desde o começo, o governo e o PT lidaram muito mal com esses protestos.

Cumpre não esquecer, o ovo dessa serpente foi posto em São Paulo. Durante uns bom pares de dias, em Junho do ano passado, o Planalto, especialmente por intermédio do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, achou que poderia, ainda que de modo oblíquo, incitar a massa contra o governo do Estado. Deu no que deu, o tiro saiu pela culatra.

De resto, já disse aqui mais de uma vez, o próprio Planalto por intermédio de Roberto Carvalho, incita a desordem quando dialoga mesmo com grupos que optam pela violência. Quando aquela turma do Passe Livre ganhou assento no Palácio, meus caros, Dilma estava dando um sinal e um tiro no próprio pé. Carvalho certamente a convenceu que era o melhor a fazer, ela deveria ter me escutado.

A coisa se espalhou de tal modo que várias embaixadas brasileiras fizeram ontem alerta ao Itamaraty, poderão ser alvos de ataques. O mundo globalizado sai por aí comprando causas. E um país como o Brasil, que consegue juntar de modo tão desassombrado expressões muito claras da miséria com a opulência do Brasil potência, do Lulo-petismo, é um prato cheio.

Vejam vocês, até Lula, o gênio, sempre tão esperto, pode ter algo a aprender com a realidade. O dia será quente.

 

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