Dilma não parece ter feito pesquisa antes de indicar Fachin

  • Por Jovem Pan
  • 01/05/2015 19h38
Divulgação/TJPR Dilma indica jurista Luiz Edson Fachin

Pergunta: Toda essa discussão armada em torno da indicação do sucessor de Joaquim Barbosa, no Supremo Tribunal Federal, vai dar em quê?

Resposta: Dilma levou 8 meses para indicar o professor Luiz Fachin, do Paraná, para a vaga de Barbosa, relator do mensalão, popularíssimo presidente do STF, que se aposentou. Não parece ter feito uma pesquisa muito apurada. Descobriu-se que Fachin tem um, digamos, uma atuação muito heterodoxa no direito de família do qual ele é especialista.

Ele pertence ao Instituto Brasileiro do Direito de Família, que tem propostas muito originais e pouco conservadoras sobre o direito de amantes, a permissão da justiça para casamentos de pessoas do mesmo sexo e outras novidades. É também um homem de esquerda.

Talvez faça falta ao Supremo um homem de esquerda, para não ter um perfil tão direitista como tem ou, pelo menos, como tinha. Agora, o senador Ferraz, do PMDB do Espírito Santo descobriu que ele exerceu advocacia na época em que era procurador do estado, o que era proibido pela constituição do estado do Paraná, depois que foi nomeado pelo então governador, Alvaro Dias, para o cargo.

Ou seja: há dúvidas em relação à ele sobre a possibilidade de ter exercido advocacia de forma ilícita. E no caso de ser esquerdista, o que é uma característica que não pode ser condenada, tem um adendo que ele é ferrenho defensor de movimentos sociais como o MST, que estão fora da lei. Pois bem, não discuto se tem ou não o direito de ir para o Supremo, coisa que Alvaro Dias defende com rigor.

O que eu discuto é o seguinte: depois de alguns ministros ligados à Dilma terem liberado empreiteiros que poderiam delatar Lula, será que o PSDB, que se diz um partido de oposição, faz bem em seguir o seu parceiro Alvaro Dias e, simplesmente, não impôr esta derrota a Dilma no Senado? Por que parece que vai acontecer… Ele vai ser indicado com apoio do PSDB.

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