Dilma não tem feito o suficiente para se afastar do risco de uma rejeição ainda maior
A presidenta Dilma Rousseff participa da cerimônia para comemorar a marca de cinco milhões de microempreendedores individuais
A presidenta Dilma Rousseff participa da cerimônia para comemorar a marca de cinco milhões de microempreendedores individuaisOs 10% de apoio que Dilma tem conseguirá mantê-la na presidência da República por mais 3 anos e 3 meses?
A pesquisa do Ibope, divulgada nesta quarta-feira, até pode dar um certo ânimo à Dilma, mostrando que ela recuperou um pouco em relação à última pesquisa Datafolha. Tecnicamente, isso não é nada correto, mas do ponto de vista da imagem e da opinião pública pode ser.
O Datafolha deu 7%; o Ibope deu 10%. Datafolha tinha dado 73% de reprovação; o Ibope está dando 69%. A comparação seria com os 68% que o Ibope deu em junho. Ou seja, foi mantida a rejeição à Dilma. Não houve aumento.
Matematicamente, é explicável que era difícil isso aumentar, uma vez que há, evidentemente, setores da sociedade que a sustentam. Banqueiros e empresários dão muita força a ela; os movimentos sociais, por mais que protestem contra o plano do Levy e contra os chamados ajustes, também comungam com ela e com o PT a tese do golpismo.
E o PT é o melhor exemplo. PT e PMDB. O PT é contra o ajuste, é contra o governo da Dilma, mas mantém aquela história: quem quiser derrubá-la é um golpista, porque tem que manter o resultado da eleição… Tudo ao contrário do que o PT fazia antes, mas isso não tem interesse. E o PMDB é um partido dividido demais, esfacelado demais, e também isso impede que haja um movimento coerente.
Além do mais, até agora não apareceu nada substantivo que possa alimentar um impeachment dela. Há uma grande expectativa em relação ao julgamento das pedaladas no TCU; e o TSE, como esclarece muito bem a Rosângela Bittar no “Valor Econômico” de hoje, não há muito o que esperar, porque depende de pedido de vista, de muitas circunstâncias que podem alongar uma possibilidade mais realista de impeachment.
Por enquanto, eu diria que Dilma está no lugar por mais 3 anos e 3 meses, mas ela não tem feito o suficiente para se afastar desse risco. Mas isso já é assunto para o outro comentário.
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