Dilma promete muito e mente mais do que promete

  • Por Jovem Pan
  • 10/06/2015 17h27
EFE Dilma Rousseff

Pergunta: O pacote de concessões anunciado por Dilma como mais uma virada de página na história do seu governo é uma forma de recuperar essa quadra de sacrifícios pelo ajuste fiscal?

Resposta: O pacote de concessões, que vai ter aí 191 bilhões e 400 milhões de reais, anunciado pela Presidente Dilma Rousseff e pelos ministros Joaquim Levy e Nelson Barbosa é mais uma tentativa de dourar a pilula do ajuste, que é uma pilular amarga. Mais do que dourar, adocicar.

O tal do programa de investimento em logística já foi tentado como plano de marketing em 2012, e como todo mundo sabe, o que está sendo repetido agora de ferrovias, portos e aeroportos não foi realizado, e das nove estradas anunciadas, somente quatro realmente tiveram suas obras concluídas.

Segundo o projeto, as ferrovias vão receber 86 bilhões e 400 milhões; em rodovias, são investidos 66 bilhões e 100 milhões e em portos 37 bilhões e 400 milhões.

Essas cifras parecem elevadas, mas são insuficientes para recuperar o que precisa recuperar, que é a confiança, não apenas do investidor, do empresário, mas da população em geral. Do cidadão, do contribuinte, no que a Dilma promete.

A Dilma promete muito e mente mais do que promete. Toda a história desses projetos de crescimento dela são histórias de Carochim. Pode ser que agora mude, por que ela está ali, com gente em quem o mercado confia, como é o caso de Levy e a situação também está apertando do ponto de vista político. Mas é preciso esperar para ver o que vai acontecer antes de aplaudir.

Por enquanto, nós temos que estranhar que ela tenha voltado com a mesma imagem de sempre. A história de virar a página. Será possível que o João Santana, que ganha tão bem, que ficou milionário, não seja capaz de criar uma nova metáfora. Essa de virar a página já encaducou.

Além do mais, de tanto virar a página, a presidente pode desgastar muito seu dedo e terminar perdendo-o, ficando com nove, à semelhança de seu “padim”.

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