Dilma provoca ao receber investigados na Lava Jato
Houve uma mudança grande nas chances de Dilma permanecer ou não na presidência nos últimos dias?
No mesmo dia em que a presidência da República ganhou mais 15 dias para explicar as pedaladas fiscais no TCU, o Planalto recebeu uma péssima notícia: a maioria dos ministros do TSE já decidiu que vai ser reaberta a ação que a relatora quis enterrar, do PSDB, principal partido de oposição, pondo em dúvida a lisura das contas da chapa Dilma-Temer na eleição de 2014.
A sessão e a votação foram interrompidas porque Luciana Lóssio, um dos ministros do Tribunal, pediu vistas. Não há prazo determinado para vistas, e Luciana Lóssio, ex-advogada do PT e minoritária nessa votação, certamente vai se valer do seu direito para impedir que o caso seja votado.
Isso, do ponto de vista formal, é da maior importância, porque se o TSE não fizer a votação formalmente, não há possibilidade de se apresentar um impeachment da presidente.
Mas é claro que, se a ministra ficar segurando por muito tempo e evitando a decisão no colegiado, apodrece, digamos assim, a situação do governo constituído e instalado no poder, que não pode sobreviver à base de reunir banqueiro, empresário e, sobretudo, tomando atitudes que, se não forem de uma absoluta estupidez, só podem ser consideradas provocação.
No dia em que o TSE teve essa notícia divulgada nos jornais e que Rodrigo Janot dizia em sua sabatina que a prioridade nº1 da sua nova função será combater a corrupção, a sra Dilma Rousseff recebeu no Palácio dois dos senadores que são investigados na Lava Jato acusados de receberem propina da Petrobras: Gleisi Hofman (PT-PR) e Humberto Costa (PT-PE), Líder do partido da presidente no Senado.
Ela podia ter deixado essa agenda para depois. É uma provocação que parte dos dois lados, tanto dos senadores e do partido, quanto da própria presidente. Daí já vemos porque a situação está tão complicada e tão crítica.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.