Dilma recorre demais às suas memórias de guerrilheira

Brasília - Presidenta Dilma durante reunião com representantes do movimento Negro Presidente Dilma Rousseff

Por que Dilma recorre tanto às suas memórias de guerrilheira presa e torturada para tentar se safar de um possível processo de responsabilidade no Congresso e na Justiça?

Nos EUA, Dilma Rousseff já tinha associado as delações premiadas da Operação Lava Jato com delações sob tortura na cadeia. Foi uma distorção absurda da história do Brasil, tenha ela passado pela cadeia ou não. Mas ela tem insistido.

Ela assinou a lei que possibilita a delação premiada; ela defendeu a lei e usou o argumento de que ela e o PT combatem a corrupção. Agora ela tem insistito nessa tese, que é uma tentativa stalinista de reescrever a história, e é uma tentativa, desculpe a presidente, absolutamente “sem loção e sem mensalidade” (sem querer falar no Mensalão), que é uma expressão jocosa que meu sogro costuma usar.

Na entrevista que ela deu à Folha de São Paulo e que está nas bancas nesta terça-feira, ela disse, literalmente, o seguinte: “Conheço interrogatórios, sei do que se trata, eu acreditava no que estava fazendo e vi muita gente falar coisa que não queria e nem devia. Não gosto de delatores, não gosto desse tipo de prática”.

Mais uma vez, mesmo tendo sido alertada por muitos historiadores, cientistas, jornalistas, etc, de que nenhum empreiteiro, petroleiro ou político que esteja fazendo delação na Operação Lava Jato sofreu qualquer constrangimento semelhante à tortura que ela diz ter sofrido, ela insiste em confundir as coisas.

Já que ela insiste, vamos logo definir o seguinte: Dilma Rousseff não pegou em armas para combater a ditadura por causa dos seus sonhos liberais de democracia, ela o fez para defender um projeto de ditadura de esquerda.

Esses grupos que foram presos e que combateram podem ser louvados pelo seu entusiasmo, pelo seu idealismo juvenil. Não podem ser considerados heróis da derrubada da ditadura militar de direita no Brasil. Herói é o Lula, que liderou os grupos de metalúrgicos contra o sistema trabalhista brasileiros.

Esses grupos defendiam uma ditadura e não melhoraram em nada. Quem derrubou a ditadura no Brasil foram os políticos que resistiram na lei a essa ditadura sem lei.