Dilma sobe no meio de uma onda de denúncias feitas pelas delações premiadas
Nêumanne, por que quanto mais o governo Dilma é denunciado em corrupção e quanto mais é delicada a situação na economia, ela cresce nas pesquisas, hein?
Pois é, nesta eleição de surpresas, de sobes e desces, este é o momento de ouro para Dilma, depois que ela praticamente se sentia derrotada por não ganhar a eleição em primeiro turno e porque vinha uma onda do basta causada pela queda do avião de Eduardo Campos, ela cresce consistentemente no país inteiro. E surpreendentemente, num momento em que o PT está muito mal nos Estados, a candidata sobe no meio de uma onda de denúncias feitas pelas delações premiadas de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, e de Alberto Yousseff.
Pois é, o voto da bolsa está batendo o voto do basta. Eu me lembro que na reeleição de Lula, portanto, há quatro anos, há oito anos, se falava muito do teflon do Lula – que nada que era sujeira pegava no Lula. Na verdade, agora vê-se que, ao contrário de Lula, Dilma, que não tem carisma nenhum, como Lula, ela tem o mesmo tipo, é beneficiada pelo mesmo tipo de efeito. Então, se vê que a questão não depende do carisma, da força, da popularidade ; a questão depende fundamentalmente de uma evidência que as pessoas têm dificuldade de entender: metade do Brasil vive da esmola dos programas sociais do governo do bolsa família; a outra metade trabalha duro, paga impostos para sustentar essa esmola.
A metade que paga os impostos para sustentar a esmola, não tem número suficiente para eleger o presidente da República, enquanto a metade que recebe a esmola tem o número suficiente. E aí eu me lembro daquele diagnóstico do meu primo […], professor de marketing político da USP, do voto […] bolsa-barriga-coração-cabeça. É isso aí!
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