Dilma toma a decisão óbvia de demitir Graça Foster
Reinaldo, finalmente, Dilma decidiu seguir o seu conselho?
O meu e de boa parte da torcida do Corinthians, com todo respeito ao Marco Antônio Villa que está aí e que tem, digamos, o gosto duvidoso de ser santista. Dilma esteve com Graça Foster, a ainda presidente da Petrobras, nesta terça-feira e tomou uma decisão que deveria ser apenas óbvia. Ocorre que ela é, antes de mais nada, tardia: vai demitir Graça e toda a diretoria da estatal. Ora vejam! Então a soberana se mexe. É uma pena que o faça depois do derretimento das ações na Bolsa de Valores. A simples notícia de que a presidente da empresa vai sair fez com os papéis da Petrobras tivessem uma alta de 15%, o correspondente, em valor de mercado, a R$ 16,59 bilhões. Em um único dia!
Graça fica no cargo até que Dilma consiga encontrar um novo presidente. Na verdade, haverá dificuldade para recompor toda a diretoria. Também não está fácil encontrar nomes para o Conselho de Administração. Todos temem o monstro que se esconde na caixa-preta. A qualquer momento, podem se ver engolfados por um processo judicial.
Se me convidarem, não vou. Se convidarem o Villa, de quem já falei hoje, creio que ele também não vá. Raquel Sherazade, você aceitaria esse desafio? E o meu querido Joseval? Hmm… Eu acho que ninguém entraria nessa.
Lula quer que Dilma nomeie Henrique Meirelles. Os petistas são mesmo engraçados em sua falta de graça. Em 2003, precisavam de alguém que não fosse nem se parecesse com um petista para o Banco Central. Chegaram ao próprio Meirelles, que volta a ser cogitado para nova missão. Em 2015, mais uma vez, era preciso escalar um perfil que fosse o avesso do petismo para inspirar um mínimo de credibilidade. E lá foram eles atrás de Joaquim Levy.
Meirelles é um bom nome? Depende do que se quer dizer com isso. Está ligado àquela maquinaria infernal que dominou a estatal, que soma sindicalismo, petismo e gangsterismo? Não! Mas é evidente que não entende nada na área, um caminho certo para ser tragado pelos meandros da burocracia da gigante agonizante. Rima, mas não é solução.
De imediato, é fato, haveria, vamos dizer, um surto de otimismo, e certamente uma nova valorização expressiva das ações. Ocorre que Meirelles não está entre os prediletos de Dilma. Lula já tentou emplacá-lo como ministro da Fazenda, mas não conseguiu.
Atenção: nas três agências, a Petrobras está no último degrau do chamado “Grau de Investimento”. Acima dessa posição, para vocês terem uma ideia, há nove outras. Se cair mais uma, então a estatal brasileira passa para o “grau especulativo”, em que estão as empresas com dificuldades para pagar as suas contas. Aí se tem o pior dos mundos.
Graça vai sair com toda a diretoria. Isso é bom! O problema é que, até agora, ninguém com um mínimo de seriedade aceita o cargo.
E é claro que Dilma poderia ter evitado boa parte do perrengue. Defendo neste Jornal da Manhã a demissão de Graça Foster desde o dia 15 de abril de 2014! Está tudo em arquivo. De maneira mais explícita, afirmei nesse jornal que vocês ouvirão agora. Ô Reginaldo, coloca aí a sonora do que afirmei aqui no dia 18 de novembro:
Eu me pergunto quando Dilma Rousseff vai demitir Graça Foster ou quando Graça Foster vai se demitir. Quando essa gente vai ter um pouco de bom senso? Graça, ouça um bom conselho, eu lhe dou de graça, como dizia Chico Buarque. Vá para casa, peça demissão, facilite a vida da presidente, seu tempo acabou.
Ouviram? Eu me referia naquele comentário à propina paga pela empresa holandesa SBM a funcionários da Petrobras. A Veja publicou a reportagem em fevereiro, no fim de março a pomposa Graça veio a público para anunciar que a comissão da estatal não encontrara nada de errado. Em novembro, o Ministério Público da Holanda multou a SBM naquele país e confirmou o pagamento de propina a brasileiros. A presidente da Petrobras anunciou, então, que sabia da safadeza desde meados do ano.
Atenção, ouvintes! De novembro, quando cobrei mais explicitamente a cabeça de Graça, a esta data, as ações da Petrobras caíram mais de 40%. E dona Dilma Rousseff lá, muda, sabendo que o caso não tinha solução.
E não posso encerrar esse comentário sem voltar a fazer uma pergunta aos meus camaradas, porque eu não falo companheiros, aí da bancada: Ô Villa, Raquel, Joseval, e aí… Vamos pegar um carguinho na Petrobras? Vá de retro, Satanás!
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