Dilma, a Venezuela e o silêncio dos coniventes

  • Por Jovem Pan
  • 24/02/2015 10h06

Mulher protesta contra a prisão de um dos líderes opositores ao governo de Nicolás Maduro EFE Antonio Ledezma venezuela preso

E continua o silêncio sepulcral do Governo brasileiro a respeito das violações de direitos humanos na Venezuela.

Semana passada, o ditador Nicolás Maduro mandou prender, sem ordem judicial, o prefeito de Caracas. Espancado pelos capangas de Maduro, Antonio Ledezma foi arrastado para uma prisão militar, sob acusação de “golpismo”. Qualquer semelhança com a retórica da esquerda brasileira não é mera coincidência.

O PT de Lula e Dilma nunca escondeu sua admiração pelo totalitário Hugo Chávez e sempre flertou com o sistema de governo da Venezuela, uma ditadura disfarçada sob a alcunha de Bolivarianismo, com direito a eleições fraudadas com votos pré-concebidos.

No ano passado, durante os protestos de rua no país, quando 43 pessoas foram mortas pela milícia particular de Maduro, Dilma Rousseff convenientemente se calou.

Paradoxalmente, o governo criticou os bombardeios de Israel contra o grupo terrorista Hamas. Sensível à causa terrorista, a presidente também censurou o ataque dos Estados Unidos aos extremistas do Estado Islâmico na Síria.

Ontem, o advogado do prefeito de Caracas disse à Folha, que o responsável pela delação de Antonio Ledezma, o militar José Perez teria sido torturado pelo governo de Maduro para acusar arbitrariamente o político da oposição.

Nicolás Maduro, como se sabe, é a versão piorada do falecido “El Comandante” Chávez, um líder autoritário, mas que, ao menos, tinha o carisma dos populistas. Já a Venezuela de Maduro é a ditadura apodrecida de Chávez: decadente, desgovernada, violenta, desabastecida, afundada em dívidas e inflação.

Depois de expropriar a imprensa livre, censurar as redes sociais, contaminar o Legislativo e subjugar o Judiciário, restava a oposição, com seus acordes dissonantes. Mas, Maduro tratou de calá-los também.
Neste domingo, diante da omissão do Itamaraty, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha cobrou uma posição do Governo brasileiro sobre a perseguição política na Venezuela e as violações de direitos humanos.

Do Planalto, não se ouviu nem uma palavra. O silêncio de Dilma é o silêncio dos coniventes.

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