A direita burra faz o seu trabalho… burro! Datafolha prova isso

  • Por Reinaldo Azevedo/Jovem Pan
  • 12/12/2016 08h53
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BRA12. BRASILIA(BRASIL),22/09/2016.- El presidente brasileño, Michel Temer, participa hoy, miércoles 22 de septiembre de 2016, en un acto en el Palacio presidencial de Planalto, donde anunció hoy una inversión de 1.500 millones de reales (unos 468 millones de dólares) en la educación secundaria, destinada sobre todo a la implantación de escuelas de tiempo integral en Brasilia (Brasil). EFE/FERNANDO BIZERRA JR EFE/FERNANDO BIZERRA JR Michel Temer EFE

A direita burra está dando a sua enorme contribuição — e por que não o faria? — para devolver a iniciativa política à esquerda. Há quanto tempo tenho chamado atenção neste blog e em toda parte para o fato de que a substituição da política pela delegacia de polícia teria efeitos muito negativos, inclusive eleitorais?

O primeiro atingido, como indica pesquisa Datafolha, é o governo Temer. Só não digam que não alertei aqui, certo? Segundo pesquisa divulgada no domingo, a gestão é ruim ou péssima para 51% dos entrevistados; em julho, apenas 31% faziam essa avaliação. No período, caiu de 42% para 34% os que acham o governo regular, e de 14% para 10% os que o veem como ótimo ou bom. Na última avaliação da gestão Dilma, o ruim/péssimo alcançou 63%, o regular, 24%, e o ótimo/bom, 13%.

Há dados ainda mais preocupantes: só 21% dizem que o governo Temer é melhor do que o de Dilma. Para 34%, é igual, e nada menos de 40% dizem ser pior. Acham que a situação do país vai piorar 41% — já foram apenas 30%; dizem que vai melhorar só 28% — já chegaram a 38%. Ou por outra: as pessoas se tornaram mais pessimistas.

Esse levantamento é dos dias 7 e 8 de dezembro, antes, portanto, de o país ser sacudido pelo vazamento de delações de diretores da Odebrecht, com um deles acusando o presidente de ter pedido uma doação irregular de R$ 10 milhões à Odebrecht, o que o Planalto nega.

A maioria dos entrevistados, mostra o Datafolha, quer eleições diretas para presidente. E não depois: agora. Sessenta e três por se dizem favoráveis à renúncia de Michel  para esse fim, e 27% se dizem contrários. O resultado é praticamente igual ao da pesquisa de 14 e 15 de julho, quando 62% diziam querer a renúncia de Dilma e Temer em favor do pleito direto; 30% se opunham.

Não custa lembrar: para que se realizassem eleições diretas, seria necessário que o presidente renunciasse até 31 de dezembro. Assumiria interinamente o presidente da Câmara, e se marcaria o pleito num prazo de 90 dias. Se a renúncia acontecesse a partir de 1º de janeiro do ano que vem, aí haveria eleição indireta no prazo de 30 dias. Em qualquer dos casos, o eleito governaria até 31 de dezembro de 2018.

A alternativa, querem alguns, à eleição indireta caso Temer renunciasse no ano que vem seria uma emenda constitucional antecipando eleições. Entendo que isso é vedado pelo Artigo 60 da Constituição — pelo menos seria essa a tendência no Supremo de antigamente, quando todos os ministros respeitavam as leis, né, Marco Aurélio?

A quem interessa minar a confiança no governo Temer? A pesquisa eleitoral feita pelo Datafolha traz algumas pistas, como vamos ver.

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