Donald Trump pede um dinheiro aí
Donald Trump pede um dinheiro aí. Sim, o investidor em bravatas. Seus números afundam nas pesquisas e sua blitz na TV perde o impacto (embora o megaempresário continue pródigo no Twitter). Os grandes doadores não se mostram generosos. Não apostam que ele seja um winner. Está com cara de loser, a pior palavra em “trumpês”.
Nenhuma evidência é mais tangível do que aquela em que consta, em relatório, que sua campanha despachou na Comissão Eleitoral Federal. No final de maio, a candidatura do bilionário tinha apenas US$1,3 milhão (devendo US$45 milhões para o próprio presidenciável). E quanto à Hillary Clinton? A democrata está com US$42 milhões em caixa.
Antes de construir um muro, o republicano vai precisar vender algumas torres e alguns campos de golfe para seguir adiante com sua bizarra campanha.
Não existe ironia maior no fato de que Trump, que se vende ao eleitor como um fantástico empresário e gestor de grandes negócios, seja incapaz de tocar uma campanha eleitoral. Claro que o desastre é consequência da própria razão de ser de do magnata: sua autoconfiança narcisista.
Na última segunda-feira (20), ele demitiu seu chefe de campanha, Corey Lewandowski, que insistia na ideia de que Trump deveria ser Trump na corrida eleitoral, isto é, manter a performance improvisada, despejando baboseiras e insultos.
Essa estratégia até funcionou na fase das primárias republicanas, com o partido muito desgalhado para a direita e a base ávida para escutar o tal do jargão politicamente incorreto “padrão Dr Trump” contra mexicanos, contra muçulmanos, contra qualquer coisa.
No entanto, na fase presidencial é outra coisa. O executivo está diante do rolo compressor e da máquina profissional de campanha da democrata Hillary Clinton. Existe a ideia de que, agora, Trump irá profissionalizar sua ambição presidencial e adotar um tom mais positivo na candidatura. Já ouvimos esta cascata.
Se a gente for apelar para uma das frases de efeito trumpianas, a única maneira de salvar sua campanha é demitir o próprio candidato. O atual ciclo eleitoral americano está muito doido. Quem sabe, o próprio Trump esteja buscando uma desculpa para cair fora do jogo político e voltar para seus habituais cassinos de negócios.
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