É impossível um acordo climático significativo sem China e Estados Unidos

  • Por Jovem Pan - Nova Iorque
  • 01/12/2015 07h40
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Protesto em frente à Torre Eiffel EFE/EPA/YOAN VALAT Protesto em frente à Torre Eiffel

Os dirigentes globais, uns 150, inclusve a nossa Dilma Rousseff, vieram a Paris, tiraram fotos, alguns fizeram compras e submeteram a humanidade aos seus discursos genérico.

Tudo isso é apenas a fachada nas quase duas semanas de negociações sobre clima destinadas a costurar um acordo que ao menos desacelere o aquecimento global. O trabalho duro está sendo realizado na barganha mais técnica.

Esta conferência da ONU tem perspectivas mais promissoras do que a realizada em Copenhague há seis anos, que terminou em caos e troca de acusações entre os países ricos e maduros e os mais pobres e emergentes.

Paris também difere da reunião de 1997 que resultou no Tratado de Quioto. Na verdade, o protocolo firmado na cidade japonesa não está mais em efeito. A rigor, o protocolo sequer desacelerou o gradual aquecimento do planeta.

Com este pano de fundo, de negociações que não foram bem sucedidas, é que existem mais urgência e mais vontade política para dar certo desta vez em Paris. A abordagem é diferente. A principal razão do fracasso de Quioto para frear o aquecimento se deveu em grande parte ao que não foi incluído no tratato, ou seja, não é possível um acordo significativo sem China e Estados Unidos.

Em 1997, o Senado americano se recusou a ratificar o Tratado de Quioto e isso na época em que o país era o maior emissor de poluentes. E na época, gigantes em desenvolvimento como China e Índia não foram submetidos à exigência para reduzirem suas emissões.

Agora, ambos na condição de plenos países em desenvolvimento e com a China vista como a superpotência do século 21, são as maiores fontes de emissão. A China de fato já é o maior emissor e a Índia não está muito atrás.

Outro problema de Quioto é que negociadores e burocratas da ONU fixaram metas de redução das emissões que se revelaram inviáveis. Muitos países não conseguiram atingir as metas e outros simplesmente desistiram delas.

O plano agora é um arranjo em que cada país ofereça sua meta e isto inclui todos, países ricos e os em desenvolvimento. O desafio é decidir quem e como pagar pela transformação energética dos países em desenvolvimento.

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