É preciso acabar com esse negócio de “tungar” o dinheiro do contribuinte

  • Por Jovem Pan
  • 19/02/2015 20h06
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Pergunta: Você acha que é ou não é o caso de Dilma Roussef recuar de seu veto ao reajuste de 6,5% na tabela do IR na fonte, em 2015, para combater, de certa forma, a crise política que ela vem enfrentando no congresso?

Resposta: Em maio do ano passado, a presidente Dilma Rousseff, usando suas atribuições de presidente da República, pediu uma cadeia de rádio e TV no dia do trabalhador e, às vésperas da campanha eleitoral, ela se comprometeu com a correção da tabela do imposto de renda e, no dia 02 de maio, o governo editou uma medida provisória fixando o reajuste em 4,5% a partir do dia 02 de janeiro.

Isso, evidentemente, foi usado na campanha à favor dela, ela fez uma notícia na televisão, ela fez um gesto difícil, raro, entre os presidentes. O que acontece é o seguinte: de ano pra ano, a inflação mete a mão no bolso do trabalhador e transfere direto para o governo.

As tabelas do IR não são corrigidas, ele é retido na fonte, e o dinheiro que sobra, que o consumidor pagou sem dever pagar, fica para resolver os problemas de caixa do governo. A Dilma fez a promessa que ia romper essa antiga tradição republicana de furtar o contribuinte na boa. Mas a medida provisória ficou lá no congresso, teve o recesso branco na campanha eleitoral, não foi votada, perdeu a validade em agosto.

Quando o Eduardo Cunha começou a tomar conta do Congresso e o inferno astral de Dilma se instalou no poder legislativo, foi aprovado o reajuste de 6,5% na tabela na fonte, em 2015, e passou a ser visto como uma espécie de vilão para o acerto nas contas públicas que andam mal.

Dilma, então, vetou, agora, diante da crise que ela tá passando no relacionamento com o congresso, com medo de ter várias medidas reprovadas, o governo começa a negociar a possibilidade de aprovar essa medida, mas há uma resistência forte da equipe econômica.

Então você que não tem esse negócio de liberal, progressista, de esquerda, de direita, não. Quando o sujeito é ministro, é governante, ele quer saber das contas, e pras contas a melhor contribuição que pode ser dada é furtar direto do bolso do trabalhador e não ter de devolver.

Portanto, eu dou o maior apoio que o reajuste de 6,5%, realmente derrubem o veto da presidente, ele seja adotado. Por que eu tô muito preocupado com as contas do governo, mas é preciso acabar com esse negócio de “tungar”, na boa, o dinheiro do contribuinte.

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