É provável que Renato Duque tenha muito a falar na delação

Renato Duque depõe em CPI da Petrobras

Em que vai resultar a possível delação premiada de Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, ao Ministério Público Federal, à Polícia Federal e à Justiça do Paraná?

Nesta quarta-feira já está sendo noticiado que o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, foi ouvido por delegados da PF do Paraná, pelo procurador Carlos Fernando de Souza Lima, do MPF, e por dois procuradores da República de Brasília numa primeira audiência com ele para tratar da possível delação premiada dele na Operação Lava Jato.

Eu já disse que não apoio essa expressão “delação premiada”, porque a lei fala numa colaboração. E quando se usa “delação”, se permite que, por exemplo, a presidente Dilma Rousseff utilize o termo para desqualificar os depoimentos que eses senhores estão dando para ter redução de pena ou até o fim da pena, no caso comparando com as delações conseguidas sob tortura na ditadura, o que, repito, é uma forma de prestigiar o torturador, demonizando o possível delator.

Ou como um alcaguete, que é a expressão da Defesa que Eduardo Cunha, presidente da Câmara, adversário e inimigo hoje da Dilma, tem usado também para desqualificar. São colaboradores. É provável que Renato Duque tenha muito a falar.

No encontro dele com esses agentes da lei na sede da PF, em Curitiba, está apenas começando o processo. Ele tem que propor essa possibilidade de um acordo, e ele passar a servir como colaborador para merecer uma redução de pena e, como acontece com todos os colaboradores nesse estágio da operação, isso vai ser submetido ao ministro do Supremo que cuida do caso, que é o Teori Zavascki.

Ainda há muita água para correr debaixo desta ponte, mas acredito muito mais na possibilidade de o processo, da investigação andar mais rápido por causa de uma eventual colaboração de Renato Duque, do que ficar esperando que José Dirceu, que o nomeou para o cargo para a Petrobras, faço isso no lugar dele.