Economia sólida e fraca ao mesmo tempo influencia cenário eleitoral nos EUA

  • Por Jovem Pan - Nova Iorque
  • 20/02/2016 12h10
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Montagem sobre fotos/EFE Bernie Sanders e Donald Trump

2016 não é um ciclo normal na campanha eleitoral americana, dominada por personalidades superegocêntricas como Donald Trump, na corrida das primárias republicanas. Trump não pode ser definido como republicano ou conservador. Não dá para colar alguma ideologia na sua testa cor laranja. O tema é ele mesmo, como ele vai liderar o país e fim de papo. Esta por enquanto é a eleição da atitude, embora haja um pouco mais de debates sobre programas na disputa entre os democratas, a ex-primeira dama Hillary Clinton e o senador Bernie Sanders.

Existe, porém, um cenário objetivo de incertezas econômicas que ajuda a explicar fenômenos como Donald Trump do lado republicano e de Sanders,na banda democrata, com suas propostas radicais de esquerda. Se a situação da economia global encrencar para valer até novembro quem sabe os eleitores prestem menos atenção nos aspectos circenses da corrida eleitoral.

O fato é que a economia americana apresenta sinais tanto de solidez como de fraqueza. Os consumidores tiram proveito da gasolina barata, em um cenário de recuperação do mercado imobiliário e de expansão de empregos. No entanto, as empresas têm os lucros espremidos e exportam menos.

Nada sombrio, mas tampouco exuberante. Com isto, os democratas não podem transformar a eleição em um referendo sobre o sucesso econômico e os republicanos sobre o desastre. Porém, é complicado apresentar dados reais sobre a economia, como desemprego abaixo de 5% se a sensação é de frustração. A imensa maioria dos americanos acha que o país caminha na direção errada, o que ajuda a explicar o fenômeno populista de candidatos como Trump e Sanders.

A ironia é que na campanha eleitoral de 2012, os republicanos que queriam impedir a reeleição de Barack Obama faziam promessas que se concretizaram com o atual presidente, como o preço da gasolina e a taxa de desemprego. No entanto os atuais candidatos democratas não conseguem capitalizar e o sucesso de Sanders se deve a promessas irrealistas que cativam especialmente os jovens, enquanto alguém como Trump seduz com sua demagogia e com um discurso apocalíptico como se o o fim do mundo já tivesse chegado ao país mais rico e poderoso do mundo.

O quadro de incerteza é refletido na morna avaliação do governo de Barack Obama, na faixa dos 45%. O presidente não trava, mas não acelera os democratas na corrida contra os republicanos.

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