Edifício do lulopetismo está rachando

  • Por Jovem Pan
  • 15/04/2016 14h10
Brasília - A presidenta Dilma Rousseff e o novo ministro da Casa Civil, Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia de posse (José Cruz/Agência Brasil) José Cruz/Agência Brasil - 17/03/16 Dilma e Lula ABr

Em geral, o Brasil visto de fora é um cenário de profundas divisões, de polarização, como se o país estivesse rachado ao meio. Sabemos que não é bem assim, o que está rachando é o edifício do lulopetismo.

Nada disso impede o equívoco de jornais atentos e bem informados como o Wall Street Journal. O influente órgão do mundo financeiro americano acaba de publicar uma boa reportagem sobre o clima no Brasil na sua contagem regressiva para a votação do impeachment de Dilma Rousseff na Câmara, mas eu faço esta ressalva sobre o equívoco.

Pois bem, a reportagem tem o título “No Brasil, profundas divisões estão à mostra”. O texto diz que as mobilizações na ruas brasileiras a favor e contra o impeachment têm até um caráter lúdico, de desfile carnavalesco, mas refletem um sério racha no país.

O jornal menciona desde os protestos na avenida Paulista a favor do impeachment a atos no Rio com a presença de Chico Buarque denunciando como golpista o processo de impeachment.

O duelo de narrativas não acontece apenas nas ruas, de acordo com o Wall Wall Street Journal. Está no Facebook, entre amigos e nas reuniões de famílias. A reportagem cita um professor da PUC de São Paulo dizendo que a atmosfera política brasileira hoje lembra briga de torcidas de futebol.

Um consolo para o Brasil. O Wall Street Journal na sua narrativa sobre a alta temperatura política diz que ao menos as divisões na sociedade brasileira não são tão quentes como na Venezuela, este sim um país que leva mais jeito de vulcão, com risco inclusive de guerra civil.

O jornal relata recentes casos sobre o calor político brasileiro, como a pediatra de Porto Alegre que não quis atender um filho de um funcionário público petista e também entrevista o o jornalista Juca Kfouri, contrário ao impeachment, alegando que nunca viu tanta intolerância no Brasil.

A palavra final na reportagem cabe ao ativista pró-impeachment Cezar Leite, líder do grupo Vem Pra Rua, na Bahia. Ele diz que se o impeachment for aprovado no domingo, haverá carnaval em Salvador.

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